Mais de 340 mil mulheres investem em ações na bolsa de valores, diz pesquisa

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  • Publicado em 8 de dezembro de 2019 às 10:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:07
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Esse número é aproximadamente 22 vezes maior que o de 2002, quando apenas 15.030 mulheres operavam

Levantamento realizado pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3) mostra que já são 342.896 mulheres investindo em ações e acompanhando o sobe e desce dos índices.

Esse número é aproximadamente 22 vezes maior que o de 2002, quando apenas 15.030 mulheres operavam. Até outubro, as investidoras compunham 22,7% de todos os CPFs cadastrados na bolsa, a maioria delas entre 26 e 35 anos.

(foto: CB/D.A Press)
(foto: CB/D.A Press)

Para Elaine Fantini, que trabalha com marketing digital, “não existe empoderamento com dependência financeira.” Ao perceber que não havia mulheres com quem conversar sobre investimentos, criou o grupo de facebook Sovinas — Mulheres que Investem, que já conta com mais de 3.500 operadoras. “Tive essa ideia com uma amiga. Queríamos criar um espaço em que elas pudessem se sentir confortáveis em perguntar qualquer coisa sobre investimentos.”

Ela acha o mercado de ações excessivamente masculino. “Muitas não se sentem à vontade para conversar com os assessores, pois falam de uma forma que elas não conseguem entender.” Segundo Elaine, vários motivos levaram as mulheres a ter baixa participação no mercado de ações, como, por exemplo, os maridos, em pleno século 21, terem que “dar” autorização para elas trabalharem. Há ainda o fato de os salários serem menores e o pouco acesso ao estudo de temas econômicos. Para Eliane, tais fatores tornam as bolsas um ambiente “construído por homens, para homens”. “Se você não tem o controle do dinheiro, você fica presa a diversas situações que podem ser prejudiciais, como relacionamentos abusivos ou fracassados, em que a mulher fica dependente do marido financeiramente”, diz.

Aireslene Rocha Santos foi a primeira analista de mercado no Rio de Janeiro. Entrou no circuito em 1976 e, hoje, é gestora de um clube de investimentos. “Fiz faculdade de economia e fui trabalhar em uma companhia de seguros, onde eu aprendi tudo”, recorda. Ela aconselha às mulheres que queiram entrar no mundo da bolsa não se intimidarem. “As portas estão sempre abertas para elas. É muito bonito, atraente. Temos que ter mulheres em bancos, corretoras de investimentos. É gratificante”, assinala.


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