Mais de 1 bilhão de jovens em todo o mundo está com a audição ameaçada

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 01:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:22
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Exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente com fones de ouvido, preocupa OMS

Mais de 1 bilhão de
jovens no mundo corre o risco de desenvolver problemas auditivos diante de uma
exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente por meio
de fones de ouvido.

O alerta é da
Organização Mundial da Saúde (OMS) que, nesta semana, publica novos padrões
para a produção de produtos tecnológicos que, segundo a entidade, estão
contribuindo para a atual situação. A estimativa é de que o risco atinge 50% da
população entre 12 e 35 anos de idade.

Em um projeto que colocou lado à lado a OMS e a União Internacional de
Telecomunicações, especialistas do setor de saúde e de tecnologia estabeleceram
parâmetros para que a indústria siga, inclusive na produção de celulares,
smartphones e outros aparelhos.

Hoje, cerca de 5% da
população mundial, aproximadamente 466 milhões de pessoas, tem problemas
auditivos, com um custo anual para a economia global de US$ 750 bilhões. Até
2050, a estimativa é de que esse número supere a marca de 900 milhões de
pessoas.

Na avaliação da OMS, porém, chegou o momento de que padrões sejam adotados. A
recomendação é para que as empresas passem a colocar opções de limite
automático de volume nos aparelhos, inclusive com aplicativos que possam ser
controlados pelos pais. A outra recomendação é para que os aparelhos possam
medir, por meio de softwares, a exposição do usuário ao som e que possam
calcular o porcentual do dia diante desse risco.

“Hoje, não temos
exatamente como saber se estamos ouvindo a música em um volume adequado ou não.
É como dirigir um carro em uma estrada sem os ponteiros de velocidade nos
carros”, disse Shelly Chadha, especialista da OMS. “O que estamos
recomendando é construir um ponteiro de velocidade para esse som”, disse.

Segundo ela, são os governos que precisam estabelecer os padrões e, assim,
exigir que os produtos possam seguir as recomendações. Na Europa, alguns dos
países já adotam exigências de que colocar cores nos volumes de celulares,
mostrando em cores vermelhas sobre um eventual excesso.

Mas isso, na avaliação
da OMS, não seria suficiente. “Dado que temos o know-how tecnológico para
impedir a perda auditiva, não podemos simplesmente permitir que crianças sofram
com isso ao escutar música”, disse Tedros Ghebreyesus, diretor executivo
da OMS. “Eles precisam entender que, uma vez perdida a audição, ela não
retorna”, alertou.

Ainda de acordo com a OMS, quanto mais alto o volume, menor é o tempo que a
pessoa pode utilizar os fones de ouvido em segurança. Ao diminuir o volume, é
possível continuar fazendo uso do dispositivo sem prejudicar a audição.

Um exemplo dado pela entidade é que, se o nível de som ficar abaixo dos 80
decibéis, é possível ouvir música em segurança por até 40 horas por semana. No
caso de crianças, o índice cai para 75 decibéis.

Ao utilizar fones de
ouvido, o ideal é que o volume seja ajustado em menos de 60% do máximo que pode
ser alcançado. O equipamento deve estar ajustado e, se possível, ter
cancelamento de ruído, como os fones que cobrem toda a orelha do usuário.


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