Maioria acha que pandemia deve piorar em 2021, mostra pesquisa

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 21 de novembro de 2020 às 17:16
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 09:04
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Maior parte dos entrevistados é a favor do fechamento de serviços não essenciais se houver agravamento

A maioria dos eleitores de três grandes capitais do país acha que haverá uma piora nos casos de Covid-19 no ano que vem. 

Pesquisa Datafolha feita nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife mostra ainda que a maior parte dos entrevistados é a favor do fechamento de serviços não essenciais se houver agravamento da pandemia.

O Datafolha ouviu 1.254 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 1.064 na fluminense e 924 na capital pernambucana nos dias 17 e 18 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95% para todos os casos.

Mais pessimistas, 65% dos recifenses preveem aumento dos casos em 2021. Esse índice é de 60% entre paulistanos e 58% entre cariocas. Nas três cidades, as mulheres creem mais do que os homens na piora do quadro da doença, com taxas que variam entre 65% e 68%.

O maior grau de otimismo foi encontrado no Rio, onde 37% não acham que haverá piora nos casos de Covid-19, seguido por São Paulo (36%) e Recife (30%).

A avaliação de que haverá aumento de contaminados pelo novo coronavírus no ano que vem é predominante entre os eleitores mais jovens, alcançando maiores índices na faixa dos 16 aos 24 anos no Rio (66%) e em Recife (80%), e no grupo de 25 e 34 anos em São Paulo (68%).

Quando considerada a renda familiar, quanto menor ela for, maior é o grau de pessimismo em relação à pandemia. A disparidade mais acentuada foi encontrada em Recife, onde 18 pontos percentuais separam os que estão na faixa dos dois salários mínimos dos que têm renda acima de dez salários.

Nas últimas duas semanas o país tem visto os casos de Covid-19 aumentarem após um período de queda. Em São Paulo, as taxas de internações em hospitais públicos e privados voltaram a subir e o governo congelou o agendamento de novas cirurgias eletivas e a desmobilização de leitos para tratamentos de coronavírus. No Rio de Janeiro, a média móvel de casos dobrou no estado nesta semana.

Diante de uma possível piora na pandemia em 2021, a maioria dos eleitores também se diz a favor de ações mais restritivas, como a diminuição do horário de funcionamento de comércios e serviços.

A maior adesão à medida foi identificada pelo Datafolha em Recife (74%), seguido do Rio (71%) e de São Paulo (69%). A opção é majoritária em todos extratos da pesquisa.

Já no caso de ações mais drásticas, como fechamentos de serviços não essenciais, a maioria dos entrevistados nas três capitais também se mostrou favorável.

O fechamento de lojas, bares e restaurantes foi apoiado por 66% dos eleitores em Recife, 65% no Rio e 61% em São Paulo.

Já o fechamento de serviços como academias, salões de beleza e escritórios teve adesão de 70% dos ouvidos pelo Datafolha no Rio, 67% em Recife e 66% em São Paulo.

De forma geral, essas medidas encontram maior apoio nas parcelas de eleitores mais jovens, com mais escolaridade e também com maior renda.

O fechamento de escolas em caso de aumento de contaminados por Covid-19 recebe adesão de um grupo ainda maior de eleitores. Os índices, puxados pelas mulheres, chegam a 72% no Rio, 70% em São Paulo e 69% em Recife.

De olho na alta de casos na cidade, a Prefeitura de São Paulo anunciou nesta semana que não pretende liberar aulas presenciais em outros ciclos, além do ensino médio, neste ano.


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