Luiza Trajano: ‘Não ligo para o que cobram. Não tenho compromisso com perfeição’

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 4 de março de 2022 às 11:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

À revista Marie Claire, Luiza Helena faz um balanço de sua trajetória e lista planos para o futuro: “Não tem jeito, sou muito novidadeira”. 

Nascida e criada em Franca, Luiza Helena começou a trabalhar na loja de utensílios domésticos da família aos 12 anos (hoje tem 73). O Magazine Luiza havia nascido pouco antes, em 1957, quando sua tia Luiza Trajano Donato e o marido, Pelegrino, compraram e rebatizaram um pequeno comércio da cidade, A Cristaleira.

Filha única de Jacira Trajano e Clarismundo Inácio, começou a trabalhar por vontade própria. “Queria ganhar meu próprio dinheiro”, diz.

Luiza lembra que desde essa época já brigava por causas. “A desigualdade social sempre me incomodou demais, desde que tinha uns 10 anos”, conta. “E é isso até hoje. Brinco com elas [aponta para algumas funcionárias]: ‘A capitalista aqui sou eu [risos]. Todo mundo tem que lutar contra isso, não tem cabimento ter gente sem arroz e feijão no prato’.”

Ativismo

O Magalu cresceu proporcionalmente ao ativismo por causas caras para Luiza, hoje presidente do conselho da empresa (que tem como CEO um de seus três filhos, Frederico, 45 anos).

A rede varejista é hoje a maior do país (se desconsiderarmos o setor de alimentos) e uma das 25 maiores do mundo, ao mesmo tempo que se tornou pioneira em uma espécie de ativismo corporativo em questões sensíveis, como o enfrentamento da violência contra as mulheres, a inserção de pessoas negras na liderança e cotas para mulheres em conselhos.

Não por menos, é figura absolutamente constante na lista de melhores empresas do Brasil para trabalhar e, em 2021, no auge da pandemia, encabeçou a lista do Great Place to Work, motivo de orgulho para Luiza e Fred: 92% dos funcionários da companhia dizem que é um ótimo lugar para estar. Nada mau para um negócio que tem mais de 40 mil colaboradores diretos espalhados pelo país.

Mulheres do Brasil

Mas só o Magalu não era o bastante para Luiza. Em 2013, com um grupo de 40 líderes, muitas delas amigas (que incluem, além de Chieko, nomes como Sonia Hess, ex-Dudalina, e a consultora Betânia Tanure), fundou o Mulheres do Brasil, que hoje reúne 100 mil signatárias.

Com lemas como “Somos um grupo suprapartidário”; “Não inventamos a roda, nos engajamos em projetos e instituições já existentes”; “Não usamos o nome e nem registros do grupo para benefícios pessoais ou profissionais” e “Não somos contra os homens, somos a favor das mulheres”, a associação busca promover impacto social na sociedade civil e pressionar grupos políticos a acelerar pautas progressistas, entre outras ações.

Visibilidade internacional

Foi sua atuação à frente do Mulheres que deu a Luiza a recente visibilidade internacional inédita. Além da Time, nos últimos seis meses foi perfilada por jornais como The New York TimesLe Monde e Financial Times.

Sua atuação à frente do Unidos pela Vacina, projeto que ajudou a organizar e acelerar a vacinação contra a covid-19 no país, foi o principal destaque, mas não só. Mês que vem, ganhará uma biografia assinada por Pedro Bial, com tiragem inicial de 100 mil exemplares.

Há anos Luiza nega que vá entrar para a política partidária – “Sou política no que faço no meu dia a dia já” –, apesar de frequentemente ser cobiçada por partidos, em especial em anos eleitorais.

Veja a matéria completa aqui.


+ zero