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Entidade que coordena o basquete quer mais proteção e igualdade na liga
Em evento realizado nesta quinta-feira (11/04), em São Paulo, com participação de influenciadores e jornalistas negros, a Liga Nacional de Basquete lançou oficialmente o Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB.
Em mais um passo da agenda ESG da entidade, ele marca a implementação da cultura de prevenção e combate ao racismo estrutural e à toda forma de discriminação, em um comum acordo entre todos os envolvidos nos jogos de competições organizadas pela entidade.
O lançamento começou com uma introdução do presidente da Liga, Rodrigo Montoro, que recordou todo o trabalho realizado pelos clubes desde o início de 2023 para transformar o Tratado em realidade. Na sequência, Rafael Rocha Garcia, coordenador do departamento de ESG, fez uma ampla apresentação, contextualizando o racismo no Brasil, com suas causas e consequências, e detalhando os pontos principais do Tratado.
“O Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB quer contribuir para uma mudança de cultura. Temos de entender que esta realidade existe, seja da questão racial ou da diversidade como um todo. Nós tomamos uma posição ativa para enfrentar e, de alguma forma, contribuir para que isso deixe de acontecer”, afirmou Montoro.
Representantes das equipes, árbitros, membros da comissão técnica e atletas vão passar por treinamento. Todos os envolvidos nas partidas precisam ter plena compreensão do Protocolo Antirracismo pela Diversidade da LNB, que faz parte do Tratado, para que possam executá-lo em situações de racismo, homofobia, machismo, capacitismo e xenofobia.
“Não temos pretensão de dizer o que é ou não racismo. Isso está previsto na legislação. A Liga pretende adotar posturas preventivas nas suas competições e eventos que organiza para evitar ocorrências. E realizar um treinamento específico para preparar nossos profissionais sobre como agir, como tratar essas ocorrências quando elas acontecerem”, disse Rodrigo Montoro.
Todos os ginásios que recebem os jogos das competições da Liga vão disponibilizar um QR Code com acesso ao Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB, com todos os detalhes sobre como agir ao sofrer ou presenciar casos de discriminação. O locutor do ginásio também vai alertar o público antes do início de todos os jogos do NBB.
O principal ato do Protocolo é o acolhimento à(s) vítima(s) assim que surgir uma denúncia. Não há relativização do sofrimento de quem necessita de amparo e proteção. Na sequência, há o recebimento formal do relato e o encaminhamento para os devidos processos legais, seja via tribunal esportivo ou civil.
Rafael Rocha Garcia, coordenador do departamento de ESG da Liga, reforça que o Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB é mutável. “Eu espero que a cada seis meses, a gente mude alguma coisa desse tratado. Não é um documento. É um mecanismo em movimento para combater o racismo”, afirmou. “Esse momento é histórico no basquete e no esporte nacional”, acrescentou.
O departamento surgiu de uma iniciativa aprovada pelos clubes para combater o racismo. Uma agenda ESG representa um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada. Então, ao tratar da questão racial em alinhamento com a diversidade, a Liga mostra sua real preocupação com as questões do basquete inserido no contexto sócio-esportivo que tange, não só à comunidade do basquete, mas à sociedade de forma integral.
“Tomamos a iniciativa de fazer um investimento mais amplo no departamento de ESG. Hoje é um dia muito importante, que segue um planejamento, que começou com a criação de uma comissão formada por pessoas do ecossistema do basquete, todas negras, para que essas pessoas que sofrem com isso trouxessem a visão sobre como enfrentar o racismo”, afirmou Rodrigo Montoro. “A Liga é pela diversidade, somos todos iguais.”