compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
O gari, agora médico, planeja ser cardiologista de atendimento em Emergência Hospitalar. “Acredito na saúde pública”, afirmou
Darío Giusepponi é só sorrisos e após concluir o curso de medicina (Foto: La Capital/Rosário)
A determinação vence! O exemplo é de um gari, de 37 anos, que sonhava em ser médico! Ele tanto insistiu que, apesar de algumas reprovações desde 2011, agora ele conseguiu!
Darío Giusepponi é só sorrisos e após concluir as disciplinas teóricas, ele se prepara para o internato e, em seguida para formatura em medicina.
“Para mim, a aprovação veio depois de mais tempo do que para os outros. Várias vezes pensei em abandonar o sonho, mas segui adiante”, disse o futuro médico.
Gari na cidade de Rosario, em Santa Fé, Argentina, Darío contou que, desde o fim do ensino médio, planejava ingressar na faculdade de medicina sem sucesso.
Rotina
Darío fez uma programação de estudo que conciliava o trabalho seis vezes por semana – de segunda-feira a sábado – das 6h ao meio-dia, limpando 20 quadras de um parque na cidade de Rosario.
Como estava livre depois do meio-dia, o recém-formado médico montou um esquema de estudo que aproveitava cada momento da tarde e da noite.
“É muito difícil estudar e trabalhar, a carreira [de medicina] demanda muito tempo de estudo e de aula, os horários são complicados”, desabafou ele.
Em seguida, Darío contou como fazia: “Eu estudava [as matérias] à noite e ia para as aulas depois do meio-dia. Era muito complicado, muitas vezes terminava de trabalhar e ia diretor para a faculdade”.
Vida
De acordo com o portal Só Notícia Boa, que reproduziu publicação do jornal Los Andes, o gari disse que teve de começar a trabalhar cedo porque a família modesta exigia que todos contribuíssem em casa. O pai taxista e a mãe dona de casa. Uma família com três filhos.
Darío contou com apoio também do Sindicato dos Gari. Em dezembro, ele terminou a faculdade e a celebração foi com os colegas da coleta de lixo que tanto o ajudaram.
“Quando recebi [a notícia de conclusão do curso], meus companheiros festejaram comigo. Acho que sentiram como vitória deles também”, disse o ex-gari, condenando a discriminação aos colegas de profissão.
Segundo Darío, muitos têm preconceito com garis. “Pensam que são pessoas sem instrução e alguns os tratam com desprezo, por isso acho que estão tão cheios de orgulho de mim.”
Inspiração
A história de Darío inspirou outros a seguir com a determinação de realizar sonhos. Ele contou que têm sido procurado por colegas que querem saber como fazer para estudar e ter uma carreira reconhecida.
O futuro médico afirma que não terá condições de seguir como gari neste ano porque por oito meses será obrigado a cumprir as disciplinas práticas do curso de medicina, numa espécie de internato, impossibilitando outras atividades.
Darío planeja ser cardiologista de atendimento em Emergência Hospitalar. “Acredito na saúde pública e aposto nisso”, afirmou.