Justiça dá 5 dias para que Prefeitura esclareça licitação da Champagnat

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 14 de agosto de 2020 às 10:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:06
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Liminar do Ministério Público apontou irregularidades na contratação da empresa que venceu licitação

Na apresentação da  denuncia à Justiça, a empresa faz parte de um grupo econômico juntamente com as empresas

​O juiz Miguel Aurélio Pena, de Franca, deu um prazo de cinco dias para que a Prefeitura se explique sobre a contratação da empresa que venceu a concorrência para as obras do entroncamento das avenidas Champagnat com a Alonso y Alonso.

Trata-se de ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado onde se pretende a declaração de nulidade da habilitação da empresa “Autem Engenharia” na Tomada de Preços (Certame 003/2020) e todos os atos subsequentes, especialmente o contrato firmado com o Município de Franca para a realização de obras para alteração do “sistema viário no cruzamento da Avenida Champagnat com a Avenida Dr. Ismael Alonso Y Alonso”.

Na apresentação da  denuncia à Justiça, a empresa faz parte de um grupo econômico juntamente com as empresas “Leão Engenharia” e “Sanem Engenharia”, ambas em recuperação judicial.

A tomada de preços realizada pelo Município de Franca exigia, dentre outros documentos, a apresentação pelas empresas em recuperação judicial, de cópia da nomeação do administrador judicial e declaração de que o plano de recuperação está sendo cumprido devidamente.

Mesmo não apresentando a documentação exigida, a empresa foi habilitada, o objeto da licitação adjudicado e as obras iniciadas.

O Ministério Público alega que a falta de qualificação econômica financeira por parte da empresa vencedora do certame pode ocasionar prejuízos ao erário.

Ao se posicionar diante da liminar, o juiz entendeu legitimidade ativa no pedido do promotor Paulo Cesar Correa Borges para a propositura da presente ação civil pública para a proteção do patrimônio público. Também se observou a competência, local de ocorrência do fato.

Desta forma solicitou da Prefeitura os devidos esclarecimentos, A espera das informações não inviabilizará a pretensão de cautela e proporcionará a manifestação com mais amplitude, ponderou o juiz na decisão, que foi assinada no dia 12 de agosto.

DENUNCIA

O promotor de Justiça, Paulo César Corrêa Borges, ingressou na Justiça com pedido de liminar, solicitando a suspensão das obras no cruzamento das avenidas Alonso y Alonso com a Champagnat com bases em denúncias do Observatório Social de Franca.

A solicitação do Ministério Público está baseada nas investigações realizadas por meio de inquérito civil, onde foram feitas alusões específicas e pontuais dos problemas observados pela promotoria pública.

A primeira licitação foi considerada deserta, sem interesse de empresas. Já na segunda licitação a única empresa interessada no certame foi a Autem Engenharia Ltda, com homologação e adjudicação.

Foi assinado contrato sem a apresentação de alguns documentos, relatado no inquérito civil. Na denúncia, o Observatório aponta que diretores da Autem tem ramificação com as empresas Leão Engenharia e Sanem Engenharia, cujas empresas estão em recuperação judicial.

A ausência de documentos da Autem junto ao certame comprova a falta de qualificação econômica financeira da empresa vencedora da concorrência, podendo vir a causar danos ao erário público. Por isso, a ação civil pública para suspensão das obras e anulação da contratação.

A obra foi contratada por R$ 3,114 milhões, cujo valor é o mesmo da ação proposta. 


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