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Jornalista Carlos Brickmann conta na sua coluna no Jornal da Franca sobre rigor e amplitude da Justiça, que não perdoa nem os poderosos
A esposa Vicky Priceo do deputado inglês Chris Huhne: oito meses de cadeia por mentirem à Justiça
O jornalista Carlos Brickmann mostra em sua coluna desta quarta-feira (22), a rapidez e o rigor da justiça no Primeiro Mundo.
Carlos Brickmann, nascido em Franca, com uma sólida carreira nos grandes jornais brasileiros, é um dos melhores jornalistas do Brasil.
Com uma empresa de consultoria e gestão de crise, escreve uma coluna que é publicada em quase uma centena de jornais do Brasil, inclusive no Jornal da Franca.
Brickmann conta que o deputado inglês Chris Huhne foi flagrado pelo radar em velocidade não permitida. Para não perder a carta de habilitação, pediu à esposa Vicky Price que assumisse a culpa.
Um tempo mais tarde, Huhne foi nomeado ministro do governo inglês.
Nesse intervalo de tempo, seu casamento acabou, sua mulher, Vicky Price, revelou a história do excesso de velocidade.
Chris Huhne se demitiu do Ministério e renunciou ao Parlamento.
Acontece que na Inglaterra é crime mentir à Justiça (aqui também, mas lá é levado a sério). Processo contra os dois, ambos condenados a oito meses de prisão e à multa de 120 mil libras.
Segredo de Justiça? Não, processo público, normal. Segurança nacional? Não, infrator é infrator, ocupe ou não algum posto importante.
Braços da lei
Como reagiu o Governo à condenação de seu ministro? O então primeiro-ministro David Cameron não botou a culpa na “mídia tendenciosa” ou algo parecido.
O que disse: “é bom que todos saibam que ninguém, por maior e mais poderoso que seja, está fora do alcance dos braços da lei”.
A propósito, descobriu-se que Vicky Price, quando decidiu contar a história, conversou primeiro com uma vizinha, a juíza Constance Briscoe, que a orientou na divulgação da notícia de maneira a facilitar a intervenção do Judiciário.
Como lá é a Inglaterra, os juízes não podem fazer essas coisas. A juíza foi processada, condenada a 16 meses de prisão e, ao ser condenada, automaticamente perdeu o cargo no Poder Judiciário.
É inimaginável que alguém se mantenha como juiz depois de condenado. E jamais se pensaria em elegê-la para algum posto político. Esses países de Primeiro Mundo são muito estranhos.
De lá para cá
O excesso de velocidade de Chris Huhnes ocorreu em 2003. A denúncia foi feita por Vicky Price em 2011, quando ele a deixou. Prescrição? Nada disso. Ela confessou sua participação, fez a delação, mas não foi premiada: era crime, foi processada e condenada também.
Descoberto o papel da juíza Constance Briscoe, em poucos meses estava julgada, condenada e demitida do cargo.
E a história foi encontrada por este colunista no excelente blog do jornalista Gerson Guelmann, que a publicou originalmente em 8 de janeiro de 2018. (https://gersonguelmann.com.br/blog)
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