Jovens são os mais afetados na segunda recessão em 5 anos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de outubro de 2020 às 09:22
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:44
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Jovens de 15 a 19 são os que tiveram o maior recuo na renda entre 2015 e 2019,: queda de 24%

​Agora, os jovens estão novamente entre os mais atingidos pela recessão e o desemprego provocados pela covid19. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, esses grupos perderam 34,2% e 26% da renda, respectivamente, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). 

No segundo trimestre deste ano, enquanto a taxa geral de desemprego no País era de 13,3%, entre a população de 18 a 24 anos ela alcançou 29,7%.

O desemprego é historicamente mais alto entre os jovens, mas a distância entre a média do País e a registrada entre eles aumentou na crise de 2015/2016 e nunca mais voltou ao nível anterior. Estudos mostram que o mercado de trabalho precário no início de carreira pode comprometer salário desses profissionais por toda sua trajetória, fenômeno chamado de “efeito cicatriz”.

Marcas da Covid

Edna Carolina Esteves Telmo tem 23 anos, é formada em Letras e teve um único emprego na vida até hoje, que durou cinco meses. Ela começou a procurar um primeiro trabalho pouco antes da recessão de 2015 e 2016, quando ainda estava na faculdade, para ajudar as tias a pagar as contas da casa. Tentou vagas de recepcionista e atendente, mas ninguém a contratou no meio da crise.

Após três anos de procura, no fim de 2018, conseguiu uma vaga em uma empresa de telemarketing, mas cinco meses depois foi demitida. “Estava tendo corte de pessoal e quem tinha avaliação da média para baixo foi mandado embora. Minha nota estava na média”, conta.


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