Inteligência Artificial: O uso como aliada na promoção de saúde

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 27 de junho de 2024 às 15:27
  • Modificado em 27 de junho de 2024 às 15:27
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Chatbots e aplicativos oferecem informações personalizadas sobre saúde, nutrição e exercícios, monitorando sinais vitais dos pacientes

Por Marcos Masini

A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente em diversos setores, e a saúde é um dos que mais se beneficiam. Com os avanços na tecnologia e a capacidade de processar grandes volumes de dados, a IA tem se mostrado uma aliada valiosa na promoção da saúde.

Ferramentas de IA, como algoritmos de aprendizado de máquina e redes neurais profundas, são usadas para analisar enormes quantidades de dados e indicadores de saúde,  permitindo diagnósticos mais precisos e rápidos.

Empresas como a Zebra Medical Vision estão na linha de frente dessa revolução. Seus algoritmos conseguem analisar exames de imagem e sinalizar doenças como câncer de mama, doenças cardíacas e alterações no fígado com uma precisão comparável à de radiologistas experientes. Essa condição de detectar anomalias precocemente por meio de algoritmos pode salvar vidas, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes.

Outro destaque é o Google Health, com sistemas que detectam câncer de pulmão com grande precisão e preveem condições oculares que podem afetar a visão, além de tratar mais de 50 doenças oculares.

A IA também está revolucionando o tratamento de doenças com a medicina personalizada. A IBM Watson for Oncology é uma plataforma que usa IA, continuamente aprimorada por dados de médicos e pesquisadores, para analisar o perfil genético de tumores e recomendar tratamentos específicos para cada paciente.

A aplicação de IA na saúde vai além dos diagnósticos e tratamentos. A assistente virtual de saúde Ada Health, por exemplo, usa IA para fornecer aconselhamento médico preliminar com base nos sintomas relatados pelos usuários. Desenvolvida por médicos e cientistas, e com mais de 10 milhões de usuários, a IA da Ada simplifica o caminho terapêutico e ajuda as pessoas a cuidarem de si mesmas.

Um avanço interessante é uma nova tecnologia de IA que ajuda pessoas com problemas vocais, como câncer de laringe, a retomar a fala. Pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA) desenvolveram um tecido inteligente que, fixado à parede externa da garganta do paciente, pode recuperar a função vocal com 95% de precisão.

Além disso, chatbots e aplicativos inteligentes oferecem informações personalizadas sobre saúde, nutrição e exercícios, monitorando os sinais vitais dos pacientes e alertando-os sobre possíveis problemas de saúde.

Mas, nem tudo são flores. Essa parceria entre humanos e máquinas na saúde já é uma realidade poderosa, acelerando a pesquisa e transformando a saúde como a conhecemos. No entanto, deve ser guiada por princípios éticos. Como disse Stephen Hawking, “nosso futuro é uma corrida entre o poder crescente da tecnologia e a sabedoria com que a utilizamos”.

Portanto, a privacidade dos dados do usuário e a transparência dos algoritmos são preocupações reais. É essencial garantir que os dados dos usuários sejam protegidos e que os sistemas de IA sejam transparentes e auditáveis.

Quem corrobora com o debate ético da IA’s  na saúde é a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan. Para ela, “as considerações éticas e os direitos humanos devem ser colocados no centro da concepção, desenvolvimento e implantação de tecnologias de IA para a saúde”.

Aqui no Brasil, mais precisamente em Salvador, ocorreu a 3ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) da Saúde do G20. Durante o encontro, representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacaram a importância da IA na promoção da saúde com equidade, marcos regulatórios e alfabetização digital.

Aliás, realmente há muito o que se debater; e rápido. Afinal, essa é mais uma revolução tecnológica que não tem volta. E à medida que continuamos a explorar o potencial da IA, é inegável que ela se estabelecerá como uma aliada indispensável na promoção da saúde e bem-estar da sociedade.

Nesse sentido, os profissionais de saúde desempenham um papel fundamental na discussão ética em torno da IA.

Marcos Masini

Jornalista, Teólogo, Social Media, Webwritter e Entusiasta de IA e em Promoção de Saúde.


+ Saúde