Instituto Butantan pesquisa vacinas contra vírus Influenza H7N9

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 22:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:21
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Vírus de origem aviária tem grande potencial para causar pandemia – voluntários são convocados para estudo

O Instituto Butantan
(IB), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, informou que está produzindo
lotes experimentais de vários tipos de vacinas contra o Influenza H7N9, vírus
de origem aviária, com potencial para causar uma pandemia, epidemia que se
espalha em um continente.

Vale destacar que o vírus H7N9 infectou 1.223
pessoas na China, no ano de 2013, porém o que assustou o mundo foi o alto
índice de letalidade: 380 pacientes, segundo as notificações à Organização
Mundial da Saúde (OMS).

Após estudos, constatou-se que se tratava de um novo
vírus, que contaminava aves e depois era transmitido aos humanos. Apesar disso,
ainda não há uma compreensão completa sobre como ocorre a transmissão.
Especialistas acreditam que a difusão esteja relacionada ao convívio com aves
silvestres e até em granjas.

Potenciais

De acordo com o pesquisador Alexander Precioso,
diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do IB, o estudo
clínico, que começou em 2018, avalia sete potenciais vacinas contra o H7N9. A
diferença entre elas ocorre na concentração do antígeno (quantidade do vírus
inativado) e na presença de adjuvantes, substâncias usadas para compor vacinas
inativadas para ajudar o antígeno a desencadear uma resposta imune.

Atualmente, há dois adjuvantes usados no trabalho: o
IB160, produzido pelo próprio Instituto Butantan, e o SE, fabricado pelo
Infectious Disease Research Institute (IDRI), entidade que tem parceria
técnica-financeira no projeto e fica em Seattle, nos Estados Unidos. “Somente
após a finalização desse estudo clínico, poderemos identificar qual vacina será
indicada para ser produzida, caso ocorra uma pandemia pelo Influenza H7N9, e
saber a capacidade produtiva total do instituto”, explica Alexander Precioso.

Estudos

Na última semana, o Hospital das Clínicas (HC) de São
Paulo convocou voluntários, entre 18 e 59 anos, saudáveis e de ambos os sexos
(exceto gestantes) para a Fase I de Estudos Clínicos.

Em outubro de 2018,
o mesmo processo já havia sido anunciado pelo HC de Ribeirão Preto, no interior
paulista. “É muito importante a participação voluntária, pois a gripe aviária
pode causar pneumonias graves. Essa doença tem causado muitas mortes em
epidemias na China, podendo chegar às Américas”, explica a coordenadora do
estudo da vacina contra o vírus Influenza, Zelinda Nakagawa.

Um dos próximos
passos será a obtenção do Registro Regulatório da vacina junto à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que poderá exigir ou não a
continuidade dos estudos clínicos, após o término da etapa inicial, com as
fases subsequentes II e III.

Voluntários

O estudo clínico terá duração de aproximadamente um
ano e busca avaliar a segurança, a imunogenicidade e o efeito poupador de dose
do antígeno do Influenza H7N9.

Para participar,
basta fazer o agendamento junto ao HC São Paulo, pelos telefones (11) 2661-2276
ou 2661-7214, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.


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