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Quase metade das fatalidades acontece em vias movimentadas e no período noturno
Ao passo em que aumenta a adesão da população à utilização da bicicleta como meio de transporte no Estado de São Paulo, aumentam também as ocorrências de acidentes com ciclistas, conforme revela o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito.
Vias movimentadas e o período noturno estão entre as principais causas. De acordo com dados do Infosiga-SP, sete em cada dez fatalidades com ciclistas no Estado são causados por colisão contra outros veículos. E metade das ocorrências acontece durante a noite.
Esse cenário reforça a necessidade de ciclistas tomarem cuidados redobrados com a segurança ao trafegar nas vias mais movimentadas, como avenidas e rodovias, que concentram 44% das fatalidades este ano.
“Considerando os atores do trânsito, os ciclistas aparecem como um dos mais vulneráveis, ao lado dos pedestres”, explica a coordenadora do Movimento Paulista, Silvia Lisboa. Somente este ano, 209 fatalidades com ciclistas foram registradas em todo o Estado, quatro casos a menos (-1,9%) na comparação com os sete primeiros meses de 2016.
Destas, 56,5% aconteceram em vias municipais e 32,5% em rodovias. Cerca de 90% das vítimas são homens, e chama a atenção também o número de idosos: 27% das vítimas tinham mais de 60 anos de idade.
De olho na segurança
Andar de bicicleta requer cuidados como o uso de equipamentos de segurança e sinalizadores luminosos. Os dispositivos garantem mais visibilidade e podem ajudar a reduzir a gravidade do impacto em caso de acidente. Apesar de não ser obrigatório por lei, o uso do capacete pelo ciclista minimiza a chance de lesões na cabeça, como traumatismos.
Assim como acontece com os motociclistas, manter-se visível no trânsito também é uma forma de proteção, principalmente no período da noite. Segundo o Infosiga-SP, 50% dos acidentes fatais ocorrem após as 18h.
Roupas claras ou coloridas, faixas refletivas na bicicleta e no capacete ajudam a destacar a presença do ciclista na via. O mesmo pode ser aplicado em mochilas, tomando o cuidado para que elas não tampem alguma outra sinalização importante.
Andar na contramão
Um comportamento que deve ser evitado pelos ciclistas é trafegar pela contramão. Por mais que se sintam mais seguros por conseguir ver o tráfego à frente, há riscos nessa prática. Por exemplo, pedestres tendem a olhar somente para o fluxo dos carros para atravessar uma rua. Se uma bicicleta estiver no sentido contrário, não terá a atenção necessária e pode ocorrer um atropelamento.
O mesmo raciocínio vale para os carros. Ao fazer uma curva ou abrir a porta, o motorista estará atento somente aos veículos que seguem no mesmo sentido. O tempo de reação para imprevistos também é menor, por conta da velocidade de veículos e bicicletas que seguem no sentido inverso.
A velocidade é um fator importante quando se fala de bicicletas em rodovias. Apesar da necessidade de mobilidade de muitas pessoas, trafegar em acostamentos é sempre um risco. A prática de atividades esportivas também não é recomendada sem equipe de apoio e segregação adequada no percurso.
Opções
Leva tempo para mudar o comportamento de motoristas e pedestres, que ainda não assimilaram o aumento de bicicletas no trânsito. Sempre que possível, deve-se utilizar as ciclovias para trafegar nas cidades, principalmente em vias movimentadas.
“É fundamental que motoristas respeitem o espaço das bicicletas e vice-versa. As cidades começam a se adaptar para abrigar melhor o ciclista, mas a melhor solução sempre é a cautela aliada à educação e o respeito às leis de trânsito”, conclui Silvia Lisboa.