Independente de raça ou classe social, bebês se desenvolvem igualmente

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 15:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:21
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estudo global realizado revela que todas as crianças saudáveis se desenvolvem na mesma proporção

“Não importa onde
você mora, não importa qual é a cor da sua pele, não importa qual seja sua raça
e etnia.” A frase é do professor Stephen Kennedy, co-diretor do Oxford
Maternal and Perinatal Health Institute e, lendo assim, parece só mais um
discurso sobre igualdade social. Mas é muito mais do que isso.

Foram longos sete anos
de estudo até chegar à conclusão de que todas as crianças nascidas de pais
saudáveis ​,​em ambientes limpos, desenvolvem-se aproximadamente na mesma
proporção, com genes representando apenas 10% do processo. A pesquisa,
realizada na Universidade de Oxford, estudou cerca de 60 mil gestantes e,
depois, acompanhou mais de mil e trezentas crianças até os 2 anos de idade.

Os pesquisadores
afirmam que esse é o primeiro estudo do mundo a produzir evidências
contundentes de que a forma como uma criança é criada é o maior fator de sua
inteligência. “Em todas as fases, mostramos que mães saudáveis ​​têm bebês
saudáveis ​​e que bebês saudáveis ​​crescem exatamente na mesma
proporção”, diz o pesquisador.

Acredita-se que os
primeiros 24 meses da vida de um bebê sejam os mais importantes em seu
desenvolvimento cerebral, com o órgão atingindo dois terços de seu peso adulto.
As mães — com boa saúde e vivendo em áreas urbanas limpas — são do Reino Unido,
Itália, Quênia, Índia e Brasil.

Os resultados
mostraram que, assim como a velocidade do crescimento físico era
aproximadamente igual, independentemente da raça, o comportamento dos bebês e o
desenvolvimento do cérebro também eram semelhantes.

Mas você deve estar se
perguntando: “Então, o que diferencia uma criança da outra?”. Para
Stephen, “receber atendimento médico decente e nutrição é o segredo”.
Isto é, o que é capaz de afetar o desenvolvimento do cérebro são as condições
de vida do bebê, a alimentação e a educação que recebem. “Ainda existe um corpo
substancial de opiniões nas comunidades científicas e leigas que realmente
acreditam que a inteligência é predominantemente determinada pelos genes e pelo
ambiente em que você vive, e que seus pais e avós estavam vivendo. E que seu estado
nutricional e de saúde não são relevantes. Bem, claramente não é esse o
caso”, afirma o professor Kennedy. Os pesquisadores esperam que o projeto,
que recebeu o nome INTERGROWTH-21, seja usado ​​por autoridades de saúde
globais. E mais, que ele ajude a dar um fim no debate sobre o papel da genética
e diferenças entre raças na determinação de inteligência.


+ Saúde