Himalaia, marinho… Afinal, investir em sal ‘especial’ traz benefícios à saúde?

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de agosto de 2019 às 22:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:44
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O mais comum por seu uso diário na cozinha é o refinado, mas hoje em dia, vários tipos já se popularizaram

Hoje, há uma enorme variedade de sal no mercado. O sal refinado, de cozinha, é o mais comum, mas outros se popularizaram nos últimos anos, como o sal marinho, sal do Himalaia, flor de sal, sal light, entre tantos outros. 

Alguns desta extensa lista se destacam como “mais saudáveis” que os outros. O sal do Himalaia, por exemplo, é vendido como um sal “rico em minerais”. Já o sal marinho, raspado da superfície de lagos de evaporação, é conhecido por não ser muito processado e, por isso, conservar suas propriedades. 

Afinal, trocar o sal de cozinha pelo sal “da moda” traz benefícios reais para a saúde? 

Os tipos de sal

Primeiro, é preciso entender as diferenças entre os tipos de sal disponíveis no mercado. Existe hoje uma grande variedade, mas os principais são:

Sal refinado: mais utilizado pela população. O sal de cozinha passa por processamentos que retira quase todas as impurezas.

Sal grosso: não passa pelo processo de refinamento e evita ressecamento dos alimentos. 

Sal light: possui teor reduzido de sódio e é indicado para pessoas com restrição ao consumo de sódio. 

Sal marinho: raspado da superfície de lagos de evaporação e não é tão processado como o refinado, o que o faz preservar sais minerais. 

Flor de sal: feito a partir de cristais retirados da camada superficial das salinas e tem sabor mais intenso e crocante, mas contém mais sódio que o refinado. 

Sal do Himalaia: extraído no Himalaia, é considerado o “mais puro” de todos e contém mais de 80 minerais. 

Segundo o professor do Departamento de Nutrição da UnB (Universidade de Brasília) José Garrofe Dórea, o sal é um nutriente essencial para o equilíbrio do corpo e para a nossa saúde. “Qualquer sistema biológico precisa de componentes para células funcionarem, como sódio e potássio. E obtemos esses nutrientes através da alimentação”, explica o professor. 

Por ser fundamental na alimentação humana e também para conservar alimentos, o sal foi um dos alimentos mais disputados nas antigas civilizações. Por ser muito valioso, o termo “salário” vem, na verdade, do antigo Império Romano, quando o sal valia como peso em ouro. 

O sal refinado é, basicamente, composto por iodo e sódio. Já outros tipos de sal, como o marinho, possuem mais componentes por não serem tão processados e refinados. “Alguns tipos vão ter diferença na composição final por cristalizar sem passar por tantos processos. Estes componentes podem fazer uma diferença na composição do sal, mas é muito pequena”, explica o professor. 

Segundo Dórea, os diferentes tipos de sal podem dar um sabor diferente à comida ou mesmo na questão estética. Já no valor nutricional, o profissional avalia que os benefícios são mínimos. “Duvido que possa medir valor nutricional. Os himalaios não têm uma saúde tão diferente da nossa por conta do sal”, conta. 

Seguindo uma alimentação balanceada, contínua, não é necessário utilizar um sal diferente. “A gente precisa de sal, mas não precisa de muito. Quando desequilibra os mecanismos entre sódio e potássio, você pode ter problemas de hipertensão”, explica. 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o consumo de sódio não ultrapasse 2 gramas de sódio (ou 5 gramas de sal) e 3,5 gramas de potássio por dia. 

“Comer muito sal, seja qual for, não faz bem a ninguém. E deixar de comer sal completamente não vai lhe trazer benefícios”, diz o nutricionista. Ele acrescenta que a melhor recomendação ainda é moderação


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