Guerra comercial fez um país aumentar em 140% a compra de calçados do RS

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de outubro de 2019 às 12:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:53
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A Abicalçados apurou que 90% do calçado gaúcho exportado para os Estados Unidos no período é de couro

A exportação de calçados gaúchos para os Estados Unidos tem registrado aumentos impressionantes.

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) chama a atenção, em especial, para os dados recém fechados de setembro.

No mês passado, fábricas gaúchas embarcaram 270 mil pares de calçados para o mercado norte-americano, o que gerou US$ 6,4 milhões em faturamento.

Os números representam aumentos significativos tanto em pares (+140,3%) quanto em receita (+121,2%) na relação com setembro do ano passado.

A Abicalçados faz ainda mais um destaque, que é o preço médio do produto exportado para os Estados Unidos. 

Apesar de uma queda, ele segue alto, em US$ 23,77, o que aponta para a venda de calçados de maior valor agregado. 

Especialmente, sapatos de couro. É mais do que o dobro, por exemplo, do que o preço médio do calçado gaúcho vendido para a Argentina, segundo principal destino dos embarques.

Na avaliação da entidade, esse movimento é  um forte reflexo da guerra comercial dos Estados Unidos com a China. 

Há uma substituição de parte do mercado dos calçados de couro chineses, em função das tarifas extras cobradas. 

São 17,4% de tarifa média, que é a mesma cobrado do Brasil, mais um adicional de 15%.

“É previsível. O fato faz com que os importadores norte-americanos busquem calçados fora da China, o que acaba nos beneficiando em um primeiro momento”, pondera o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.

A Inteligência de Mercado da Abicalçados apontou, inclusive, que 90% do calçado gaúcho exportado para os Estados Unidos no período é de couro.

Com o resultado expressivo de setembro, os calçadistas gaúchos somam, no acumulado do ano, o embarque de 2,83 milhões de pares, que geraram US$ 67 milhões. A alta é de 70% em volume e de 54,4% em receita em relação a 2018.


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