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Shoyo é um molho cheio de sabor e um clássico da culinária oriental que caiu no gosto dos brasileiros

Shoyo é um clássico da culinária oriental que caiu no gosto dos brasileiros – foto Pat Feldman
Você é do time que não vive sem um toque de shoyu no sushi ou no yakisoba? Ou daquele que adora usar o molho em algumas receitas do dia a dia? Esse líquido escuro e cheio de sabor é um clássico da culinária oriental — e caiu no gosto dos brasileiros.
Mas, junto com o sabor, vem a dúvida: será que o shoyu engorda? Faz mal para a saúde? A nutricionista e produtora de culinária, Daniela Meira, respondeu essas e outras perguntas para quem quer consumir o molho com mais segurança e consciência.
O consumo de shoyu contribui para o ganho de peso?
O shoyu é um alimento de baixa caloria. Uma colher de sopa (aproximadamente 15 ml) contém cerca de 8 calorias.
Estudos em animais sugerem que o consumo de shoyu pode, na verdade, ajudar a reduzir o ganho de peso e a massa de gordura.
Em um experimento com ratos alimentados com uma dieta rica em gorduras, aqueles que receberam shoyu apresentaram menor ganho de peso e menor ativação de genes relacionados à lipogênese — o processo em que o corpo entra no “modo fábrica de gordura” e passa a armazenar mais gordura no tecido adiposo — mesmo sem alteração na quantidade de alimento consumido.
O shoyu traz benefícios para a saúde?
O shoyu possui propriedades funcionais que podem trazer benefícios à saúde. Ele auxilia na digestão ao estimular a secreção de suco gástrico e também contém compostos antioxidantes que podem contribuir para a prevenção de doenças cardiovasculares.
Além disso, estudos indicam que o shoyu apresenta efeitos antimicrobianos e anticancerígenos.
Durante a fermentação natural do molho, são formados compostos bioativos — como ácidos orgânicos, peptídeos e polifenóis — que ajudam a inibir o crescimento de bactérias patogênicas, como E. coli, Salmonella e Listeria.
Existem restrições para o consumo de shoyu? Crianças e idosos podem consumi-lo?
Devido ao seu alto teor de sódio, o consumo excessivo de shoyu pode ser prejudicial, especialmente para pessoas com hipertensão ou sensibilidade ao sal.
Crianças podem consumir shoyu com moderação, mas é importante lembrar que dietas ricas em sódio na infância podem influenciar as preferências alimentares no futuro e aumentar o risco de hipertensão na vida adulta.
Idosos também devem moderar o consumo, já que o excesso de sódio está associado a um maior risco de pressão alta e de doenças cardiovasculares nessa faixa etária.
O ideal é consumir, no máximo, 1 colher de chá (5 ml) de shoyu por refeição, evitando o uso diário. Sempre que possível, dê preferência às versões com teor reduzido de sódio — como as opções light ou fermentadas naturalmente.
Quais são os benefícios do consumo moderado de shoyu?
O consumo moderado de shoyu pode trazer alguns benefícios à saúde, como a melhora na digestão — graças ao estímulo na secreção gástrica — e propriedades antioxidantes que ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares.
No entanto, é fundamental equilibrar esses benefícios com uma ingestão controlada de sódio e o consumo adequado de água.
Um ponto interessante e recente que vem chamando a atenção dos cientistas é o potencial do shoyu na modulação da microbiota intestinal.
Um estudo publicado em 2023 observou que compostos bioativos presentes no shoyu fermentado de forma tradicional — como peptídeos e isoflavonas — podem influenciar positivamente o equilíbrio da microbiota, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium.
Esse achado abre caminho para novas pesquisas que avaliem o shoyu como um possível alimento funcional, com impacto na saúde intestinal, na imunidade e até na prevenção de doenças inflamatórias.
No entanto, os efeitos mais promissores foram observados com o consumo de shoyu artesanal ou naturalmente fermentado — não com as versões industrializadas, que contêm aditivos e passam por fermentação química.
Por ser um condimento líquido, o shoyu não precisa ser “absorvido” como um nutriente convencional.
Ele é parcialmente digerido no estômago e no intestino, e seus compostos — como aminoácidos, peptídeos, sódio e antioxidantes — são absorvidos individualmente pelo organismo.
Fibras e o impacto do shoyu na pressão
Segundo Daniela Meira, a presença de fibras solúveis ou prebióticos pode modular a absorção do sódio presente no shoyu, ajudando a reduzir seus efeitos sobre a pressão arterial.
Por exemplo:
Alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, chia (para quem tolera), linhaça e legumes, podem formar um gel no intestino que atrasa a absorção do sódio, diminuindo assim o impacto hipertensivo do shoyu.
Além disso, alimentos ricos em potássio — como banana, abacate e batata-doce — ajudam a equilibrar o excesso de sódio na alimentação, o que é especialmente útil para quem consome shoyu com frequência.
Em resumo: não existe um alimento que potencialize diretamente a absorção do shoyu, mas sim opções que ajudam a modular seus efeitos no organismo, principalmente no que diz respeito ao sódio.
*Fonte: Receitas Globo