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Delegado relata que outros profissionais já foram vítimas do golpe, mas, os médicos são o alvo principal.
Um novo golpe por aplicativo de mensagem está fazendo muitas vítimas, principalmente médicos.
Imagina que você conhece um médico. São parentes ou amigos, que costumam conversar por um aplicativo de mensagem. Aí você recebe, de um outro número, com uma foto do médico, a mesma foto que ele usa no perfil do aplicativo.
E em seguida, um texto dizendo: “Olá sou eu aqui, o Mário. Estou usando agora esse novo número”. É assim que começa o golpe. Os criminosos tentam induzir a vítima a acreditar que está conversando com uma pessoa conhecida.
Aconteceu com o médico Roger Bongestab. O golpista mandou mensagem para uma amiga e, depois de algumas mensagens, veio o pedido para fazer um pagamento, alegando que ele já tinha excedido o limite do dia para fazer transferências bancárias.
O golpista enviou os dados da conta, mas antes de transferir, ela ligou para o número antigo do médico e descobriu o golpe.
Mensagens iguais foram enviadas para os irmãos dele. “Foram sete tentativas de aplicação de golpe em pessoas próximas a mim através de criação de perfis falsos”, conta a vítima.
As mensagens seguem sempre o mesmo padrão. Essas chegaram no telefone desse homem que não quer se identificar. Ele é pai de um médico, e caiu no golpe.
Fez cinco transferências, no total R$ 30 mil: “ele falou, ‘eu estou na clínica, precisando de um favor seu, meu limite excedeu, preciso tirar um dinheiro hoje, preciso para pagar com urgência um fornecedor e não tenho como’”.
O delegado de crimes cibernéticos Brenno Andrade diz que outros profissionais já foram vítimas do golpe, mas, recentemente, os médicos são o alvo principal.
“Uma vez por dia, a gente registra uma ocorrência dessa. A grande maioria desses casos, mais de 90% deles, são de criminosos que estão atuando fora do estado do Espírito Santo”, destaca.
Além de observar muito bem o conteúdo da mensagem, o especialista em segurança digital Gilberto Sudré diz que é fundamental sempre ligar para o número antigo da pessoa que está pedindo dinheiro. E atenção ao que é divulgado nas redes sociais.
“Não é uma clonagem, na verdade, é alguém se fazendo passar por você usando um número novo. Cuidado com dados, como fotos, informações pessoais, de comportamento, hábitos que você tem e números de telefone e email, principalmente, porque isso vai dar chance de o golpista ter uma narrativa parecida com a sua”, afirma.