Geração de energia e turismo em Delfinópolis sofrem com pouca chuva

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 02:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:20
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Nível da represa Mascarenhas de Moraes está 10m abaixo da capacidade máxima e capacidade útil é de 19,55%

O baixo volume de chuva em
janeiro afeta a represa Mascarenhas de Moraes e prejudica o turismo em
Delfinópolis. O nível do reservatório está 10 metros abaixo da capacidade
máxima e o volume útil é de 19,55%.

Há um ano, esse mesmo índice
era de 36,20%. “Esse cenário, para mim, é bastante triste, porque isso é causa
do próprio ser humano. O nível dessa represa está muito baixo. Está assustando,
a cada ano que passa o nível está baixando mais. Acredito que ao nível normal
não volta mais”, diz o maratonista José Cássio Costa.

Quem costuma usar a balsa
diariamente percebe a olho nu que o nível do Rio Grande baixou bastante nos
últimos meses. A situação surpreende balseiros, como o contramestre Mauro Lúcio
Rodrigues, que há 12 anos trabalha no local. “Está encostando nas duas últimas
rampas que Furnas fez. Baixou bastante, dizem que uma vez baixou muito, mas eu
ainda não trabalhava na balsa. Desde que eu trabalho, esse é o nível mais
baixo”, afirma.

Segundo
apuração, o volume acumulado de chuva em janeiro em Delfinópolis é de 65
milímetros, cerca de 80% menor do que a média para o mês, que é de 345
milímetros. Quem depende do turismo, sente no bolso o reflexo da falta de
chuvas. “O pessoal que têm pousadas na beira da represa tem consequências, porque
tem píer. Então, para chegar à água, só tem barro. Esses são muito
prejudicados. O pessoal que ia nadar, pescar na represa, não tem condições”,
diz Veny Alves da Cunha, sócio de uma pousada na cidade.

Mas, a queda no volume de
chuvas não afeta só o turismo. A geração de energia elétrica também é
prejudicada, afinal, grande parte das usinas hidrelétricas do sudeste
brasileiro usa água do Rio Grande para produzir eletricidade. Isso impacta
diretamente nas contas.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
apontam que a bacia do Rio Grande está, em média, com 25,33% da capacidade de
armazenamento de energia da bacia/reservatório em relação ao subsistema,
considerando todas as represas cheias. “Esse nível dependerá do final do
período chuvoso, que se dará em abril. Muito provavelmente, o cenário de preço
de energia para esse ano será de preços elevados, haja vista a realidade que
temos em janeiro”, diz o presidente da Associação Brasileira dos
Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros.


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