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Entre os itens que devem ficar mais caros em razão do conflito estão os combustíveis e a comida
Entre os itens que devem ficar mais caros em razão do conflito estão os combustíveis e a comida
A decisão da Rússia invadir a Ucrânia pode ter reflexos em Franca e elevar ainda mais os preços em um momento em que a inflação já pressiona nas principais economias do mundo.
Economistas estão correndo para avaliar o impacto do ataque, que pode desencadear a maior guerra na Europa desde 1945.
É improvável que o conflito leve a economia global de volta à recessão, dizem eles, mas o tumulto do mercado e a ameaça de sanções à Rússia vão refletir, sim, em muitos produtos, diz matéria da CNN Brasil – www.cnnbrasil.com.br.
Os primeiros a subir devem ser, como sempre, os combustíveis, principalmente a gasolina, e os alimentos.
“A inflação provavelmente atingirá níveis mais altos do que imaginávamos há apenas alguns dias”, disse Ben May, diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics.
Combustível
Os preços globais do petróleo saltaram acima de US$ 105 por barril na quinta-feira (24), atingindo seu nível mais alto desde 2014.
Nos Estados Unidos, os preços do petróleo se aproximaram de US$ 100 por barril. Isso tornará mais caro para os motoristas encherem seus tanques.
Nos Estados Unidos, o preço médio de um galão de gasolina subiu para US$ 3,54, ante US$ 3,33 há um mês e US$ 2,66 nesta época do ano passado. O reflexo no Brasil, e em Franca, claro, é questão de tempo.
O combustível de aviação ficará mais caro para as companhias aéreas, potencialmente provocando tarifas aéreas mais altas, o mesmo ocorrendo com o transporte rodoviário.
Comida
Os preços globais dos alimentos já estavam perto de sua maior alta em dez anos. Agora, o conflito Rússia-Ucrânia pode piorar as coisas.
A Rússia é o maior exportador mundial de trigo, enquanto a Ucrânia é um exportador significativo de trigo e milho. Também exportam óleos vegetais.
Os preços do trigo saltaram para seu nível mais alto desde 2012 na quinta-feira. O preço do milho também disparou. A soja, que geralmente é negociada em linha com o milho, também subiu.
Egito e Turquia são os principais compradores de trigo russo. Mas eles não serão os únicos afetados se os embarques atrasarem ou as sanções atrapalharem as exportações.
“Independentemente de exatamente para onde os alimentos vão, claramente, se houver uma escassez geral no mundo, o preço aumentará”, disse May.
Agora, compradores como a China estão se voltando para a Europa e os Estados Unidos para preencher a lacuna. Se a luta continuar, os suprimentos limitados podem se tornar ainda mais restritos.
Rússia e a Ucrânia juntas respondem por 25% das exportações globais de trigo, enquanto a Ucrânia sozinha responde por 13% das exportações de milho.
Metais
O preço dos metais usados em uma ampla gama de produtos de consumo está subindo à medida que os investidores investigam as ramificações da invasão e avaliam se as sanções podem afetar os suprimentos.
“A Rússia é um grande produtor de metais, incluindo alumínio e níquel, e também um grande produtor de cobre”, disseram analistas da S&P Global Platts.
“Fontes do mercado acreditam que a quase certeza de que sanções mais rígidas serão introduzidas no comércio com a Rússia pode apertar ainda mais a oferta nos mercados globais que já estão apertados”.
Os preços do alumínio em Londres dispararam para um recorde na quinta-feira.
A russa Rusal, que já foi sancionada pelos Estados Unidos anteriormente, é uma das maiores produtoras de alumínio do mundo. Se novas penalidades forem impostas, isso poderá fazer com que os preços subam rapidamente.
Os preços já estavam elevados porque as fundições na Europa tiveram que cortar sua produção devido ao aumento dos custos de eletricidade.
Mesmo que a Rusal não seja sancionada, o último aumento nos preços da energia pode agravar a situação.
Metais como o alumínio são usados em milhares de produtos em todo o mundo, desde latas para alimentos e bebidas até veículos e eletrônicos.