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​O francano Michel Saad, barista e professor de natação de 48 anos, está realizando uma grande façanha: atravessar o Canal da Mancha entre Dover, na Inglaterra, e Calais, na França a nado.

A aventura que teve início às 6h desta terça-feira, 21 de agosto – horário da Inglaterra e às 2h, horário do Brasil – pode durar entre 8 e 20 horas, em uma temperatura de 15°C. Mas o desafio tem um objetivo maior: Michel quer ajudar na arrecadação de fundos para o tratamento da epidermólise bolhosa (EB). Grupo de doenças raras e capazes de provocar grande sofrimento, podendo levar até a morte, a EB não tem cura e é pouco conhecida. “O dinheiro arrecadado será utilizado para ajudar estas crianças a terem mais qualidade de vida e auxiliá-las a ter acesso ao tratamento que precisam”, afirmou Michel, cujo envolvimento com a causa é pessoal, uma vez que sua esposa é enfermeira neonatal e especializada no cuidado com EB.

Esse trabalho despertou no treinador o desejo de contribuir para a pesquisa e o tratamento de crianças que sofrem com o problema. “Frequentemente vejo como estas famílias são afetadas pela EB e lutam em tantos aspectos de sua vida cotidiana. As crianças que conhecemos no Hospital Infantil de Sydney (Sydney Children’s Hospital) são fortes e lutam todos os dias. Se essas crianças podem se esforçar tanto para alcançar metas em suas vidas mesmo com tanta dor, então eu também posso. Elas me inspiraram a fazer a diferença”, completa Michel, que está sendo acompanhado de perto por parte de sua família.

A preocupação dele tem um motivo forte: a epidermose bolhosa (EB) é um grupo de doenças de pele, não contagiosas, que levam ao aparecimento de bolhas no corpo. A aparência da pele é como a de uma queimadura, causando grande sofrimento. A doença é hereditária, pode aparecer logo após o nascimento e ainda não tem cura. A forma mais grave é a Epidermose Bolhosa Distrofica Recessiva que pode ser letal.

Nadador desde a infância e vivendo na Austrália desde 2000, é a primeira vez que Michel faz esse tipo de travessia. Ela está sendo realizada pela campanha Swin for Skin, da instituição australiana DEBRA, uma organização que trabalha para apoiar quem convive com a EB. E para conseguir fazer o trajeto de 33 quilômetros, que podem se tornar até 50 km, dependendo das condições dos ventos e força das águas, Michel se dedicou nos últimos 2 anos a treinar seriamente para a travessia. O treinamento também incluiu nadar em lugares com águas-vivas, frequentes no local, para que Michel pudesse se preparar para continuar a nadar mesmo com uma queimadura do tipo.

A campanha tem o apoio da fundação australiana DEBRA, organização sem fins lucrativos de apoio àqueles que convivem com a EB e suas famílias. Quem quiser saber mais sobre a campanha ou fazer uma doação, pode acessar o site: https://www.debra.org.au/events/swim-for-skin/

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