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Franca foi o município que mais demitiu em abril deste ano, fechando 5.557 postos de trabalho
Em meio à pandemia do novo coronavírus, as quatro maiores cidades da região de Ribeirão Preto fecharam 7.054 postos de trabalho com carteira assinada entre os meses de janeiro e abril deste ano.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) são os primeiros a trazer o retrato do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho.
Os dados levam em consideração o saldo do número de admissões contra as dispensas e foram divulgados na última quarta-feira (27).
No fim de março, o Ministério da Economia havia suspendido a divulgação do Caged porque empresas haviam deixado de enviar informações, o que poderia comprometer a qualidade dos dados.
Ribeirão Preto, maior cidade da região, teve saldo negativo de 4.727 vagas no acumulado do ano. Quando se observa apenas o mês de abril, a cidade fechou 5.038 postos de trabalho.
Os dados vão na contramão de 2019. Em abril do ano passado, Ribeirão Preto gerou 2.390 vagas e fechou 2019 na quarta colocação no estado com a maior geração de empregos formais.
Franca foi o município que mais demitiu em abril deste ano, fechando 5.557 postos de trabalho. Entre janeiro e abril de 2020,a cidade teve que fechar 2.768 vagas. No mesmo período do ano passado, o saldo ficou positivo em 5.016 vagas formais.
Dos quatro municípios, Barretos e Sertãozinho fecharam o primeiro quadrimestre de 2020 com saldo positivo de vagas, mas demitiram mais do que contrataram em abril, segundo mês da pandemia do novo coronavírus na região.
Em Barretos, o saldo acumulado de janeiro a abril desde ano ficou positivo em 167 postos de trabalho, contra 633 no mesmo período do ano passado. Em abril de 2020, a cidade fechou 148 vagas.
Já Sertãozinho, registra 274 geradas entre janeiro e abril deste ano contra 387 no mesmo período de 2019. A cidade teve em abril deste ano 693 vagas de trabalho fechadas.
Resumo das cidades
RIBEIRÃO PRETO
Abril/2020
- Admissões: 3.577
- Demissões: 8.615
- Saldo: -5.038
Acumulado janeiro a abril/2020
- Admissão: 30.214
- Demissão: 34.941
- Saldo: -4.727
FRANCA
Abril/2020
- Admissões: 1.171
- Demissões: 6.728
- Saldo: -5.557
Acumulado janeiro a abril/2020
- Admissão: 13.390
- Demissão: 16.758
- Saldo: – 2.768
BARRETOS
Abril/2020
- Admissões: 689
- Demissões: 837
- Saldo: -148
Acumulado janeiro a abril/2020
- Admissão: 3.528
- Demissão: 3.361
- Saldo: 167
SERTÃOZINHO
Abril/2020
- Admissões: 1.524
- Demissões: 2.217
- Saldo: – 693
Acumulado janeiro a abril/2020
- Admissão: 8.499
- Demissão: 8.225
- Saldo: 274
Números do Brasil
De acordo com os dados do Caged, a economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas com carteira assinada entre os meses de março e abril em todo o país.
Os reflexos da pandemia do novo coronavírus estão empurrando a economia mundial para uma forte recessão. No Brasil, estimativa mais recente dos economistas dos bancos é de uma queda de quase 6% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Ainda segundo o Caged, em março, quando os efeitos da crise do coronavírus começaram a ser sentidos, foram fechadas 240.702 vagas formais no Brasil.
Já no mês de abril, a eliminação de vagas de trabalho formais se acelerou: foram 860.503 postos fechados, o pior resultado da série histórica da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, que tem início em 1992. Com isso, foi a maior demissão registrada em um único mês em 29 anos.
Em janeiro e fevereiro deste ano, respectivamente, o governo contabilizou a abertura de 113.155 e de 224.818 vagas com carteira assinada na economia brasileira.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, avaliou que o Caged revelou “números duros” e que “reflete a realidade de pandemia que vivemos.”