Fogos de artifício no final do ano: como lidar com o estresse nos pets e nas pessoas

  • Nene Sanches
  • Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 20:00
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Especialista indica algumas ações que podem ser tomadas para minimizar os problemas, tanto com os animais como com as pessoas

Fogos de artifício estão no topo dos medos que cães sentem de barulhos altos: em um estudo conduzido por pela Escola de Ciências Veterinárias da Universidade de Bristol, no Reino Unido, esse foi o maior motivo de aflição apontado por 83% dos 3.897 tutores.

Segundo os relatos, quando submetidos a esses ruídos, os cães tendem a fazer sons, tremer, ou se sacudir, tentar se esconder e aparentam buscar proteção de quem confiam.

O fim de ano, época na qual duas datas tendem a contar com queima de fogos: o Natal e o Ano-Novo, podem trazer à tona esse estresse e desorientação a animais; os domésticos podem inclusive fugir de suas casas.

Além dos bichinhos, pessoas mais sensíveis ao som, como idosos e neurodivergentes, também podem sentir apreensão e desconforto.

Medidas caseiras

Marco Aurélio de Paula, fundador e CEO da GRM Acústica e do Instituto da Acústica, indica algumas ações que podem ser tomadas para minimizar esses problemas.

“A ação mais óbvia é manter janelas e portas fechadas, mas o que às vezes as pessoas não lembram é de fechar também as cortinas. Aquelas mais grossas, especialmente as do tipo ‘blackout’, conseguem trazer mais uma camada de absorção e eventualmente bloqueio contra a propagação de sons”, orienta.

“Pode-se usar também dispositivos de som ambiente que mascaram ruídos externos e quem puder investir em medidas de isolamento acústico terá ainda mais proteção. Casos mais críticos podem exigir barreiras, como a instalação de janelas acústicas”, complementa.

Planejamento acústico

Do lado de quem está planejando uma confraternização, seja uma festa familiar ou um encontro com públicos maiores, é possível também ter a conscientização e buscar maneiras de mitigar os ruídos emitidos, com músicas altas e conversas mais animadas.

“É possível fazer o planejamento acústico de um evento, seja qual for o seu tamanho. Um projeto personalizado de isolamento acústico, com laudos técnicos de conformidade com as normas brasileiras, vai, além de evitar problemas com vizinhos e mesmo com os próprios participantes da comemoração, garantir tranquilidade caso alguém faça uma denúncia”, alerta Marcos.

O profissional lembra também sobre a norma NBR 10.151, que regulamenta horários e intensidade de ruídos. Além dela, há leis municipais de silêncio. “Vale se atentar às regras de convivência estabelecidas em um condomínio, que continuam valendo mesmo neste período de férias e recessos”.

Segundo o portal Estado de Minas, Marco recomenda que o diálogo seja abraçado. “Quem mora nas proximidades dos locais nos quais costuma haver celebrações do tipo pode procurar os organizadores e alinhar expectativas e horários, bem como incentivar o uso de fogos silenciosos, já disponíveis no mercado”.


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