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Método visual que indica adulteração de bebidas foi desenvolvido com supervisão de professores em escola estadual Mário D’Elia
Alunos desenvolveram teste rápido para alertar contra golpe ‘Boa noite, Cinderela – foto Lindomar Cailton/EPTV
Alunos de uma escola pública em Franca desenvolveram um teste rápido em bebidas que promete alertar as pessoas contra golpes conhecidos como “Boa Noite, Cinderela”.
O método indica, visualmente, por meio de uma fita de papel, se o líquido está adulterado com alguma substância química que possa deixar as vítimas dopadas.
As pesquisas, realizadas com a supervisão de professores mestres com conhecimentos em ciências biológicas e neurociência, foram realizadas por estudantes do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Mário D’Elia e começaram a partir de uma ideia da jovem Kemily Patrícia Lira.
“Aqui em Franca teve três ou quatro casos do golpe ‘Boa noite, Cinderela’, e a gente estava procurando uma alternativa que não fosse invasiva ao organismo, porque os reagentes que identificam essa substância não podem entrar em contato nem com pele, nem com inalação, nem nada do tipo”.
“Uma manhã, antes de vir pra escola, fui medir a minha glicemia, que eu tenho alguns picos, e nisso veio a ideia de que a gente poderia induzir o reagente em uma fita para que não fosse invasivo ao nosso organismo e para que pudesse reagir”, explica.
Chamado de “Acorda, Cinderela”, o teste consiste em uma fita de papel que muda a coloração de acordo com o reagente químico misturado no líquido absorvido.
Os reagentes em questão são chamados de alcalóides, que dão base para as drogas geralmente utilizadas pelos golpistas.
“Os alcalóides são elementos que têm vários medicamentos, então ele pode ser usado como indicador. Essa é a função dele”.
“Ele é o principal elemento que vai indicar se aquela bebida está contaminada ou não, reagindo com essa fitinha com esse reagente que está impregnado nela”, explica Irineu Zulato, professor de química e física.
O protótipo, que pode ser levado para qualquer lugar, foi obtido após a realização de 30 testes em três meses com seis bebidas diferentes, não necessariamente alcoólicas.
“Quando reagir, a cor da fita vai ficar um laranja vivo, vai passar desse laranja avermelhado para um laranja bem vivo”, explica a estudante Ana Lívia Barbosa.
O grupo organiza a produção de um artigo científico e a solicitação da patente, com o sonho de, um dia, o método chegar ao mercado e ao grande público.
Além disso, planejam participar, no ano que vem, da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), considerado uma das maiores feiras de ciências da América do Sul.
“A gente tem esperança de que esse trabalho vá pra frente um dia, que a gente consiga fazer esse produto, que ele seja vendido ou distribuído por redes públicas de saúde”, afirma o estudante Daniel de Andrade.
*Informações G1