Filhos de pais separados correm o risco de ter baixo desempenho escolar

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de maio de 2018 às 21:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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Conclusão de estudo brasileiro foi apresentada a especialistas em neurologia infantil de Ribeirão Preto

Como se não bastasse o estresse causado pela
separação dos pais, um estudo brasileiro, coordenado pelo
Instituto Glia, mostra mais um risco para o desenvolvimento infantil: baixo
desempenho escolar.

Ao todo, os pesquisadores questionaram pais e
professores de 5.961 crianças e adolescentes (na faixa de 5 a 18 anos) de 17
estados. Mas se você passou – ou está passando – por um divórcio não precisa
ficar tão preocupado. “O estudo mostra que há um risco, sim, mas não que seja
uma causa do baixo rendimento na escola”, explica Marco Antonio Arruda,
neurologista da infância e adolescência e coordenador da pesquisa. 

Uma saída para controlar esse risco? Ficar perto das crianças durante o
processo de divórcio. “Os pais devem preservar o filho o máximo possível e
saber que, nesse momento, vão precisar dar mais atenção às crianças do que o
habitual”, diz Arruda. 

Esses dados fazem parte de um estudo maior, em que os pesquisadores avaliaram
possíveis dificuldades emocionais, problemas de conduta, hiperatividade e
desatenção, problemas com os colegas e comportamento pró-social (empatia) das
crianças. E como o objetivo final é orientar os pais e professores sobre a boa
saúde mental das crianças, o instituto criou uma cartilha que é disponibilizada
aos pais para poder lidar com essa situação. Como explica Arruda, saúde mental
é um estado de bem estar no qual a pessoa está apta a exercer suas habilidades,
superar as dificuldades da vida, poder estudar e trabalhar de forma produtiva,
colaborando com sua comunidade. “Ou seja, é mais do que apenas não ter uma
doença mental”, diz o neurologista. 

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP),
a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), a universidade La
Sapienza (de Roma, Itália) e o Albert Einstein College of Medicine (de Nova
York, Estados Unidos).


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