Filha de porteiro e faxineira passa em medicina na USP após estudar 17h por dia

  • Robson Leite
  • Publicado em 7 de fevereiro de 2023 às 11:00
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Ela prestou vestibular para medicina em diversas instituições – foram 17 vezes em que a história não terminou com a aprovação.

Marya Teresa Ribeiro, 20 anos, realizou o sonho de ser aprovada em medicina pela Universidade de São Paulo (USP). Ela é de Santos e conta que teve de estudar cerca de 17h por dia por três anos até a conquista da vaga.

No período, segundo Marya, ela escreveu cerca de 250 redações se preparando para o exame da USP. Para suportar a rotina, contou com o apoio dos pais, que trabalhavam como porteiro e faxineira e nunca fizeram faculdade. “Eles acreditaram em mim e apoiaram no meu sonho”, disse.

Marya contou que não acreditou quando foi aprovada na primeira chamada. Segundo ela, a ficha só caiu quando veteranos do curso mandaram mensagens desejando parabéns. “Eu percebi que era real e que aquela lista não estava errada”, disse.

Naquele dia, a jovem se preparava para fazer uma visita a uma universidade particular em Bragança Paulista, onde também foi aprovada e conseguiu uma bolsa integral.

“Contei para minha família e foi um momento de muito choro e alegria. Eles acompanharam meu sofrimento, minha trajetória”.

Trajetória

Segundo notícia do portal G1, a preparação para este “grande dia” durou três anos. A jovem começou a estudar em um cursinho pré-vestibular particular em 2020, após conseguir bolsa integral na unidade. Foi lá que Marya percebeu que estava “atrasada” no conteúdo que costuma ser abordado nas provas.

Estudante de escola pública durante todo o Ensino Médio, ela afirma que ao prestar o curso intensivo se deparou com uma realidade totalmente nova, especialmente na escrita. “Na minha redação, no cursinho, eu tirei – 27”, conta.

Marya explicou que durante esses três anos precisou fazer várias escolhas, entre momentos de lazer ou de estudo. “Mas eu nunca abri mão de estar na igreja todos os domingos”, ressaltou. Para a estudante, a fé foi um dos pilares para se manter focada nesse objetivo, o outro foi a família.

Apoio dos pais

Ela explica que quando estava cansada e pensava em desistir, buscava apoio nos pais, especialmente na mãe, que a inspirou a cursar medicina e a cuidar das pessoas. Eles, inclusive, nunca fizeram faculdade e chegaram a parar os estudos porque precisavam trabalhar para se sustentar.

A mãe da jovem trabalhava como faxineira e o pai dela como porteiro. “Sabia que somente com o estudo eu iria conseguir mudar a realidade da minha família”, afirma.


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