Feira com novidades para o setor cafeeiro, 2ª Alta Café movimenta R$ 120 milhões

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 27 de março de 2022 às 19:00
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Evento em Franca teve novidades em máquinas e práticas de cultivo, como o “Uber de abelhas”, para aumentar eficiência produtiva das lavouras

Produtores visitam estandes na 2ª Alta Café em Franca (Foto: Wilker Maia/Casa da Comunicação Franca)

Com produtores de 140 cidades de nove estados brasileiros, a 2ª Alta Café — Feira de Negócios e Tecnologia da Alta Mogiana — registrou um aumento de 62% no volume de negócios em relação à 1ª edição, superando as expectativas do Sindicato Rural de Franca (SP) e da Associação dos Empreendedores do Agronegócios de Franca e Região (AEAGRO).

De acordo com dados divulgados pelos organizadores, a feira este ano alcançou R$ 120 milhões em negócios durante os dias 22 e 25 de março. Já em 2020, foram R$ 74 milhões.

Tal crescimento foi registrado mesmo com menor número de expositores: 87 frente a 89. “Estamos muito felizes com o resultado da 2ª Alta Café. Os números ainda não estão todos fechados, mas o pré-balanço mostra que a nossa expectativa foi superada e que a nossa feira já se consolida como uma das maiores da cafeicultura”, avaliou o presidente da Alta Café e do Sindicato Rural de Franca, José Henrique Mendonça.

Ele lembrou ainda que, após dois anos suspenso por causa da pandemia, o evento foi o primeiro a acontecer no setor com o fim das restrições da pandemia de Covid-19. Assim, estiveram presentes 8 mil visitantes e 165 marcas de agronegócio, especialmente relacionadas à cafeicultura.

Novidades para as lavouras

Durante os quatro dias de feira, realizada no Clube de Campo de Franca, o destaque ficou para soluções e ferramentas agrícolas que visam mais eficiência e menos custos nas produções. No total, foram feitos seis lançamentos. As informações foram divulgadas pelo G1 Ribeirão e Franca e pela EPTV.

Entre eles, uma vareta de silicone “Colhe-Tudo”, criada por técnicos francanos e apresentada com o objetivo de diminuir a vibração dentro da colhedora no momento da colheita do café, resultando na melhor conservação dos grãos.

Outro produto que chamou atenção do cafeicultor Jaider Silva foi o “Uber de abelhas”, o qual, segundo ele, já é uma tendência ainda que pareça inusitado.

“Essa empresa vai até o apicultor, responsável por criar as abelhas, seleciona algumas e as leva para as lavouras durante a florada, que é quando nascem as flores que, depois, dão origem aos grãos de café. Assim, essas abelhas ajudam a polinizar toda a produção, gerando em torno de 20% de melhora na qualidade do fruto. É um investimento que tem valido muito a pena”, explicou Jaider, que também é diretor comercial da Café Terra Molhada, cuja lavoura de café especial fica em um sítio em Ibiraci (MG), parte da Alta Mogiana.

Produtividade

Para Leandro Jesus de Souza, gerente corporativo de vendas de uma das concessionárias de máquinas expositoras na feira, produtos como o “Uber de abelhas” ou equipamentos que prometem baixo consumo de combustível e menor custo operacional, ajudam no aumento de produtividade das lavouras, em uma melhor qualidade do grão de café colhido, na melhora do tempo de colheita e no menor dano mecânico aos pés de café.

Ainda entre as novidades, foi anunciada uma linha de crédito exclusiva de custeio antecipado para a cafeicultura na safra 2022/2023, com a participação de oito instituições financeiras.

Acif

Segundo o presidente da ACIF, Tarciso Bôtto, “a participação [do núcleo] resultou em fechamento de negócios e boas prospecções, sendo a iniciativa um mecanismo de fomento ao setor”.

Levantamento realizado pelo Instituto de Economia da ACIF mostrou que as exportações do café cresceram 243% em valor monetário desde 1997, início da série histórica. Só em 2021, o valor superou os US$ 54,7 milhões.


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