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Entidades não receberam um documento oficial que indique uma resolução
No mês de junho deste ano, um “racha” no basquete brasileiro foi oficializado quando a CBB retirou a chancela de torneios FIBA do NBB.
O atrito entre a Confederação Brasileira e a Liga Nacional começou em 2022 e se arrasta até agora. No entanto, após as partes não entrarem em um acordo, a Federação Internacional poderá intervir.
Na semana passada, o jornal O Globo informou a intenção da FIBA em aconselhar a CBB e o NBB para um acordo e resolver os problemas no basquete nacional.
Então, o canal esportivo Jumper Brasil entrou em contato com as duas partes, que confirmaram os movimentos da entidade máxima do esporte no mundo.
Por outro lado, até agora, nem a Confederação, nem a Liga receberam um documento oficial que indique uma resolução. Portanto, não está claro ainda qual caminho será seguido.
Vale lembrar que o “racha” começou com uma indicação de um dos representantes do Brasil para a disputa do Sul-Americano em 2021.
Na ocasião, a LNB queria enviar apenas os classificados pelo NBB. Por outro lado, a CBB queria nomear uma equipe vinda do seu campeonato.
Apesar do Novo Basquete Brasil ser o principal torneio nacional há 15 anos, a Confederação também possui seu Campeonato Brasileiro.
Assim, o órgão ligado à FIBA pediu a indicação da Liga Sorocabana, time do interior paulista, para a disputa do Sul-Americano.
Entretanto, a Liga Nacional não viu com bons olhos. Afinal, ela ainda possuía a chancela. Com a insistência da CBB em ter um representante “seu” no torneio continental, a LNB entrou na justiça reivindicando seus direitos.
Sob seu ponto de vista, havia uma quebra no acordo. Em contrapartida, a entidade no basquete brasileiro agiu. Como resultado, após a opção do então parceiro em levar o atrito ao âmbito jurídico, retirou as chancelas.
Aliás, para a CBB, quem quebrou o contrato foi a Liga. A Confederação entende que ao entrar na justiça, o acordo entre as partes foi rompido pela LNB. A “treta” foi instaurada.
Desde então, há um impasse. Isso ficou ainda mais escancarado com os sorteio dos grupos da Basketball Champions League das Américas (BCLA).
Esta, que é a principal competição continental. Durante o evento, os times brasileiros não apareceram. Os papéis, então, apontavam apenas como “Brasil 1”, “Brasil 2” e “Brasil 3”.
Isso porque o NBB classificava direto os três melhores colocados da temporada regular para o torneio. Com a retirada da chancela, a situação ficou nebulosa. Vale lembrar que o Sesi Franca Basquete é o atual campeão da BCLA. Com o título, pôde disputar o Mundial da FIBA e sagrar-se campeão.
Sem um entendimento local, a FIBA optou por intervir. Mas, ao que tudo indica, não será uma ordem vinda de uma entidade superior.
Mas sim, um “aconselhamento” em que CBB e LNB podem, ou não, acatar. Dessa forma, mesmo com o “pitaco” da Federação Internacional, ainda os órgãos brasileiros teriam que tomar a decisão final.
Ou seja, independente do posicionamento da FIBA, haverá uma decisão interna. Pelo lado da CBB, afinal, é necessário um posicionamento definido em assembleia. Para a liga, qualquer decisão teria que ser tomada junta com os representantes dos 19 times que compõe o NBB.
Alternativa
Um dos cenários esperados por CBB e NBB é que a FIBA tente agradar as duas partes. Assim, uma possível conclusão seria que ambos tenham direitos a enviar representantes para os torneios internacionais.
Mas isso ainda não é certo. Caso seja este o cenário, o Brasil pode passar a ter duas competições nacionais.
A princípio, a Confederação Brasileira tentou criar um Campeonato Brasileiro para competir com o NBB. A ideia era angariar os mesmo clubes que faziam parte da Liga para disputar seu próprio torneio. Para isso, firmou parceria com a Dream Factory, empresa especializada na organização de grandes eventos.
No entanto, o novo campeonato não teve adesão. Aliás, alguns times até ouviram a proposta e cogitaram participar do NBB e do novo torneio da CBB. Mas sem sucesso. Agora, uma alternativa que a FIBA deve propor é a criação de uma copa.
Em linhas gerais, o cenário se assemelharia ao futebol. O NBB seria como o Campeonato Brasileiro. Já a competição da CBB seria como a Copa do Brasil. Ou seja, um torneio mais curto, mata-mata, mas com a possibilidade de classificação para torneios internacionais. Dessa forma, ambas as partes teriam indicações às disputas da FIBA.
Mas ainda há muito o que resolver. O calendário seria uma das principais questões. Encaixar mais uma competição importante e alinhar com a disputa do NBB, Copa Super 8 e jogos da seleção brasileira, pode ser um novo impasse. Então, até agora, tudo não passa de especulação.
Fato é: uma resolução está próxima. A BCLA começa no dia 13 de dezembro. A expectativa, portanto, é que tudo se resolva até lá.
Primeiro, para confirmar os representantes do Brasil no torneio. Segundo, para que a CBB possa enfim concretizar sua competição que tanto deseja.
Enquanto isso, quem perde não é a CBB, NBB e nem a FIBA, mas sim o basquete brasileiro.
Fonte: amp.jumperbrasil.lance.com.br