Falha assustadora permite que hackers invadam iPhones remotamente

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 19:49
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 10:42
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Vítima não precisa clicar em nenhum link, abrir nenhum e-mail ou baixar nenhum app

Uma vulnerabilidade “assustadora” descoberta por um funcionário do Google permite que hackers invadam remotamente um iPhone e tenham acesso completo a todo o conteúdo do aparelho. 

Isso inclui ver todas as fotos, ler todos os e-mails, copiar mensagens privadas e monitorar tudo o que acontece em tempo real.

Nem o hacker, nem a vítima, precisam estar conectados à internet para que o ataque possa ser executado: basta que estejam ao alcance de uma conexão Bluetooth. 

O ataque requer zero interação da vítima: ela não precisa clicar em nenhum link, abrir nenhum e-mail ou baixar nenhum app.

Segundo Ian Beer, pesquisador do Google Project Zero, equipe dedicada a encontrar bugs em código de seus produtos e de outras empresas, o ataque ocorre devido a uma vulnerabilidade em um protocolo chamado AWDL, usado para que iPhones, iPads, Macs e Apple Watches estabeleçam redes “peer-to-peer” (P2P) entre si.

Se você já usou o AirDrop, enviou musica para seu Homepod ou Apple TV via AirPlay ou usou um iPad como segunda tela de seu notebook usando o Sidecar, então já usou o AWDL. 

E mesmo que você nunca tenha usado estes recursos, se uma pessoa próxima de você usou é provável que seu aparelho se juntado a uma rede temporária criada pelo aparelho dela.

Para encontrar e desenvolver um meio de explorar a falha, Beer afirma que levou seis meses. Todo o processo foi descrito em um longo e extremamente detalhado artigo técnico publicado no blog do Project Zero.

Questão de segundos
O pesquisador afirma que não encontrou evidências de que a falha esteja sendo explorada por malfeitores, mas diz em seu artigo que “com engenharia adequada e melhor hardware, depois que o AWDL for habilitado todo o exploit pode ser executado em poucos segundos”.

A falha também pode ser transformada em um worm: um aparelho que tenha sido comprometido pode ser usado para comprometer outros aparelhos com os quais entre em contato.

Felizmente, para os usuários, a falha foi corrigida pela Apple com uma atualização do iOS lançada em maio deste ano. Basta que seu aparelho tenha a versão mais recente do sistema para estar protegido.


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