Facebook recomenda investigar circulação de conteúdo violento no WhatsApp do Brasil

  • Robson Leite
  • Publicado em 7 de novembro de 2021 às 16:30
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“Precisamos examinar por que a violência continua a ter um alcance maior no Facebook e no WhatsApp no Brasil”, recomenda o documento.

Um relatório interno do Facebook recomenda que a empresa investigue a grande circulação de conteúdo violento na plataforma e em seu aplicativo de mensagens WhatsApp no Brasil.

De acordo com o texto, a percepção no país é a de que a circulação de conteúdo violento é muito maior no Facebook e no WhatsApp do que em plataformas como Instagram, TikTok e Twitter.

“Precisamos examinar seriamente por que a violência explícita continua a ter um alcance maior no Facebook e no WhatsApp no Brasil”, recomenda o documento.

Facebook Papers

A informação consta dos chamados Facebook Papers, relatórios internos encaminhados à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e fornecidos ao Congresso americano pelos advogados de Frances Haugen, ex-funcionária da empresa.

O jornal Folha de S.Paulo faz parte do consórcio de veículos de mídia que teve acesso a esses papéis, que foram revisados pelos advogados e tiveram trechos ocultados.

O Facebook recentemente mudou o nome da empresa que reúne suas plataformas para Meta.

O documento aponta que, no Brasil, também existe a percepção de que desinformação, linguagem política incendiária, bullying e exploração de crianças são problemas muito maiores no Facebook do que em outras plataformas.

Negligência

A empresa recomenda que uma equipe investigue “por que o alcance [de conteúdo de exploração infantil] é maior [no Facebook] do que em outras plataformas no Brasil e na Colômbia”.

Uma das principais críticas feitas ao Facebook é que a empresa negligencia a moderação de conteúdo em países vistos como menos importantes que os EUA, o Reino Unido e nações da União Europeia.

Outro documento tornado público por Haugen e obtido pela Folha mostra que o Facebook, apesar das promessas de combate à desinformação que pode ameaçar eleições, ainda resiste a pagar o preço político para aplicar suas regras.


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