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Para tomar melhores decisões é necessário que o corpo esteja descansado e a mente livre de preocupações
O ser humano toma decisões o tempo todo ao longo do dia – foto Freepik
Quantas decisões você toma ao longo do dia? O quanto é difícil tomar algumas delas? Certamente você já percebeu que o cérebro humano lida melhor com decisões nas primeiras horas do dia.
Acordar, tomar banho, escovar os dentes, ir para o trabalho, tomar café, almoçar, tomar ou não água ao longo do dia… tudo é uma decisão, e o nosso cérebro precisa de energia para investir em boas escolhas ao longo de todo o dia.
“Toda tarefa cognitiva que exige pensamento focado, como ponderar entre duas opções ou avaliar o risco de uma decisão e tentar prever suas consequências, representa uma atividade com alta complexidade e, também, alto custo energético”.
“Ao longo de um dia, quanto mais alta a carga cognitiva no seu cérebro, mais rápido ele esgota a energia que tem disponível”, explica a neurocientista Livia Ciacci.
Assim, partindo da premissa de que a noite de sono foi restauradora, o cérebro inicia o dia com todo seu potencial disponível, mas o quanto de disposição e energia ele ainda terá a noite vai depender da carga cognitiva sofrida ao longo do dia.
“Por exemplo, se uma pessoa começa o dia trabalhando em reuniões, lidando com conflitos, depois vai à escola dos filhos resolver problemas, em seguida precisa atender clientes e a noite vai para a faculdade, com certeza ela chegará em casa esgotada, diferente de alguém que estudou de manhã, trabalhou em atividades mais mecânicas e depois encontrou com os amigos”.
“Essas duas pessoas terão diferentes níveis de energia para tomar uma decisão à noite, mas nos dois casos, não custa nada deixar para o outro dia”, aponta a especialista.
Qual é o melhor horário para tomar decisões?
Não há um horário padrão para tomar decisões, porque, segundo a neurocientista, isso é algo que depende tanto do estado de saúde geral do corpo (que reflete no quão rápido a pessoa se cansa), quanto da intensidade do esforço cognitivo das tarefas já realizadas no dia.
Mas a lógica é que o poder de tomar decisões conscientes vai diminuindo ao longo do dia.
“Alguns estudos já avaliaram as decisões tomadas por médicos e juízes em diferentes momentos do dia, e todos constatam essa diminuição da qualidade, mesmo que a pessoa não perceba”, afirma a profissional.
Dessa forma, para tomar decisões, sobretudo, importantes, o ideal é estar com o corpo descansado, alimentado e bem hidratado, além da mente tranquila, livre de preocupações excessivas.
“É muito comum nós negligenciarmos esse cuidado com o momento certo para fazer certos tipos de atividades mentais”.
“Isso acontece porque nós não percebemos a queda de desempenho gradual, e temos a tendência de acreditar que estamos prestando atenção em tudo. Mas, na verdade, à medida que a fadiga vai aumentando, o cérebro vai automatizando as decisões”.
“Ou seja, ele liga o piloto automático; você acha que está em pleno controle, mas no dia seguinte pode vir a pensar ‘onde eu estava com a cabeça?’”, conclui a especialista.
*Informações Alto Astral