Exame de sangue prevê se parto será prematuro com até 80% de precisão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de junho de 2018 às 18:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Resultado é tão confiável quanto ultrassonografia, mais barato e também identifica idade gestacional

Um exame de sangue em
investigação conseguiu prever com até 80% de precisão quais mulheres terão
bebês prematuros. O achado é particularmente importante porque o teste é tão
preciso quanto à ultrassonografia, mas pode ser feito a um custo bem menor,
avaliam cientistas envolvidos no desenvolvimento do teste.

Os detalhes do exame foram publicados nesta quarta-feira,
07 de junho, na revista “Science” e foi feito por cientistas da
Universidade de Stanford e da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Stephen Quake, professor de bioengenharia de Stanford
liderou os estudos. A equipe de Quake já tem expertise na área: eles
desenvolveram um teste em 2008 que identifica com precisão o risco para
síndrome de Down. O exame já é comercializado.

Agora, o novo teste, além de identificar o risco para o
parto prematuro, também pode ser usado para indicar a idade gestacional e
prever a data do parto.

Como o teste foi desenvolvido

O exame foi feito, em um
primeiro momento, a partir de sangue colhido em mulheres grávidas na
Dinarmarca. Nas amostras, os cientistas identificaram nessas mullheres uma
série de partículas que indicam o risco de parto prematuro. Depois,
demonstraram ser possível encontrar essas partículas em um exame de sangue.

Estudos anteriores também identificaram que um grupo de
genes, quando presentes, indicam maior risco de parto prematuro. Cientistas
também avaliaram estruturas da placenta e do feto, além de outras substâncias
que compõem o material genético.

Em um segundo momento, a equipe de Quake também avaliou
38 mulheres americanas em risco de parto prematuro (esse risco foi avaliado
porque essas mulheres já tinham tido esse tipo de parto anteriormente). Nesse
grupo, 13 gestantes tiveram parto prematuro, e o restante, 25, tiveram bebê no tempo devido.

A partir desse estudo, cientistas observaram que alguns
genes emitiam sinais confiáveis que indicavam a possibilidade de um parto ser
prematuro; e, com esses dados, o teste foi desenvolvido. Agora, o exame precisa
ser avaliado em mais mulheres gestantes antes de ser comercializado, indica a
Universidade de Stanford.


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