Evino compra Grand Cru para reforçar presença física, em negócio de R$ 700 milhões

  • Nene Sanches
  • Publicado em 26 de outubro de 2021 às 21:30
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A Grand Cru, importadora de vinhos com 107 franquias e lojas próprias, foi vendida pelo fundo de private equity Aqua Capital

A Evino, até então o segundo e-commerce de vinhos do Brasil, comprou a Grand Cru, especialista em vinhos premium

O mercado dos vinhos nunca esteve tão aquecido no Brasil. Os motivos? Maior demanda causada pela pandemia, e-commerces especializados cada vez mais robustos e, principalmente, marcas nativas digitais que correm contra o relógio para abocanhar parcelas maiores do segmento.

Nesta segunda-feira (25), o Aqua Capital, fundo de private equity de agronegócios e alimentos, anunciou a venda da Grand Cru, maior importadora, distribuidora e varejista de vinhos premium da América Latina, para a Evino, segundo maior e-commerce de vinhos da região.

Segundo a revista Exame, em notícia sobre o negócio, o valor da transação não foi revelado, mas a aquisição cria um negócio com receita de 700 milhões de reais em 2021.

A Evino sobre no ranking de vinhos

Com compra da Grand Cru, a Evino se torna a terceira maior importadora de vinhos do país, ficando atrás, apenas, da Wine, que assumiu o primeiro lugar nas importações após comprar a importadora Cantu por 180 milhões de reais em maio deste ano, e da Concha Y Toro, que ocupa a segunda posição.

“A venda da Grand Cru reforça o compromisso do Aqua Capital de entregar liquidez aos seus investidores através do desenvolvimento de múltiplos caminhos de saída de suas empresas em carteira”, diz Sebastian Popik, sócio-fundador do Aqua Capital, que controla a Grand Cru desde 2014.

“Julgamos o momento da venda da Grand Cru apropriado devido a força e resiliência que a marca demonstrou nos últimos anos” afirma.

Em 2014, a Grand Cru contava 27 lojas físicas espalhadas pelo país. Hoje são 107, sendo 17 próprias e 90 franquias.

Lojas

A aquisição da importadora reforça o desejo da Evino de marcar mais presença no mundo físico. “Os modelos de negócio da Grand Cru e da Evino se complementam. Enquanto nós temos a expertise dos espaços físicos, a Evino traz a experiência do digital”, diz Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru.

“Com a junção dos negócios, conseguimos atender o cliente em toda a jornada de compra, seja no físico ou no digital, oferecendo uma variedade inédita de vinhos, dos rótulos de entrada até os mais premium”, diz Bratt.

Com o plano de expansão no mundo físico a pleno vapor, a Grand Cru espera fechar 2021 com 27 novas franquias e com um faturamento de 311 milhões até o final do ano.

A aquisição da importadora pela Evino ainda precisa ser aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o que deve acontecer em dezembro.

Para 2022, o plano da Evino é criar uma holding para controlar ambas as marcas, que continuarão com seus nomes existindo no mercado da forma que é hoje.

Os CEOs também permanecem os mesmos.

“Desde 2009 nós estudamos como oferecer uma proposta de valor cada vez mais interessante para os nossos clientes”, afirma Ari Gorenstein, CEO da Evino.

Segundo ele, as conversas com a Grand Cru começaram há mais de um ano, quando se percebeu que as marcas possuem canais que não se sobrepõem, mas sim se complementam.

“Vamos combinar as estruturas e os times, mas a marca Grand Cru e a marca Evino seguem existindo. Estamos construindo uma potência no mundo dos vinhos”, finalizou Ari Gorenstein.


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