Evasão das indústrias calçadistas de Franca será discutida em São Paulo

  • Entre linhas
  • Publicado em 6 de setembro de 2018 às 20:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:59
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Garantia foi dada pelo candidato ao governo do Estado, Márcio França, durante visita à ACIF

Franca tem sofrido uma forte crise no setor, que fez com que as
30 mil vagas existentes há cinco anos fossem reduzidas para apenas 19.727 de
julho. Para completar, a produção das indústrias, desde então, também só
despenca: dos 39,5 milhões de pares fabricados em 2013, a previsão é que neste
ano sejam feitos apenas 28 milhões, mais fraco desempenho desde 1996 – quando a
cidade exportava mais e sofreu muito com a crise cambial no governo FHC.

As
empresas alegam que a guerra fiscal com outros estados e a falta de políticas
para o setor contribuem para o cenário.

Grandes
fábricas, como a Democrata -que produzem 12 mil pares diários-, transferiram
linhas de produção para o Nordeste e em estados como Minas Gerais, onde o ICMS
(Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) da atividade é de 2%,
ante os 7% de São Paulo.

O
piso salarial de Franca é de R$ 1.148, enquanto no Nordeste as vagas pagam
menos de R$ 1.000. Mas há outras diferenças, como subsídio de energia, impostos
e imóvel para instalação.

Em busca de soluções

E é justamente tentando encontrar uma solução para este problema
que, o vice-presidente da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de
Franca), João Cheade, entregou ao candidato ao governo de São Paulo, Márcio França,
que esteve em visita à cidade no início do mês, um documento formulado pelo *G6
(Grupo Político e Econômico Suprapartidário de Franca) contendo projetos de
interesse público que abrangem temas voltados para o desenvolvimento de Franca.
E na oportunidade, a evasão da indústria calçadista local para outros Estados
foi abordada. “Franca é famosa por seus calçados, mas estamos perdendo muitas
indústrias em razão dos incentivos que a Bahia e o nordeste como um todo têm
oferecido às nossas empresas. Isso resulta não só na perda de renda para o
município, mas também em desemprego”, afirmou Cheade. “Uma das providências que
precisaremos que o nosso governador tome, urgentemente, é o auxílio à retomada
de nossa linha produtiva.”

Com
a palavra, França falou sobre a força do Estado de São Paulo e sobre como é
importante valorizar as vocações das cidades em vez de tentar alterá-las. “Com
relação à questão tributária dos calçadistas, eu pedi ao secretário da Fazenda,
Luiz Claudio (Rodrigues de Carvalho), para que receba vocês, entidades ligadas
ao setor aqui de Franca, para que, juntos, encontrem uma saída para este
problema”, afirmou o governador. “É claro que não há uma solução 100%, porque a
solução do Brasil não é a guerra fiscal […], mas eu sei que tem uma questão
relacionada ao prazo do recolhimento do ICMS e isso dá para negociar.”

De
acordo com Cheade, ele entrará em contato com outras entidades representativas
da classe para que a comitiva seja formada. “O próximo passo é entrar em
contato com o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão, para que
possamos formar uma comitiva e discutir a questão com o secretário da Fazenda.
Estou com o celular dele e esperamos que tudo se resolva o mais rápido
possível.”


+ Economia