Estudo revela que adoçante não emagrece nem melhora a saúde

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 19:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:18
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Por outro lado, também não foram encontrados malefícios, efeitos colaterais ou adversos a curto prazo

De fiel escudeiro a
vilão, o adoçante já flutuou bastante no conceito de nutricionistas e
daqueles que não resistem a um doce.

Após analisar mais de 50
pesquisas a respeito, um estudo da Universidade Harvard (Estados Unidos),
publicado no periódico BMJ, aponta que não há diferenças significativas entre
pessoas que consomem adoçantes e que não, tanto em benefícios, quanto em
malefícios.

Para chegar a essa
conclusão, foram investigados parâmetros como saúde bucal, doenças renais e
cardiovasculares, câncer, níveis de açúcar no sangue, comportamento,
humor, peso e índice de massa corporal (IMC) em adultos e crianças.

As evidências de que o
uso de adoçantes ajudaria a reduzir o IMC e o açúcar no sangue foram
consideradas pouco convincentes, inclusive em pessoas obesas e com sobrepeso.

Nas crianças, a ligeira
redução no ganho de peso com o uso, não chegaria a afetar o IMC. Os
pesquisadores também procuraram por qualquer evidência de efeitos colaterais ou
eventos adversos, mas nada encontraram.

Entretanto, a
pesquisadora Vasanti S. Malik destaca que os adoçantes precisam ser analisados
com maior profundidade e que é necessário cautela quanto às conclusões.
“Estudos de longo prazo são necessários para avaliar os efeitos sobre o
sobrepeso e a obesidade, o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e
doenças renais”, afirma. “Por exemplo, ensaios maiores e mais rigorosos realizados
até agora fornecem fortes evidências de que a substituição de bebidas
açucaradas por alternativas reduz o ganho de peso em crianças e adolescentes
após um ano de acompanhamento. Não podemos negligenciar isso”.

Como ainda não há um
veredito, a recomendação é buscar uma alimentação mais voltada ao
natural. “O caminho é estimular que as pessoas reduzam essa necessidade de
buscar o doce, seja ele no açúcar ou no adoçante. Precisamos trabalhar o
paladar para consumir alimentos sem adoçá-los, é uma questão de costume”,
defende Juliana Zenanzi Gouvea, nutricionista clínica do Hospital Sírio Libanês.


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