É mais divulgado que os exercícios aeróbios têm potencial para auxiliar no combate à pressão alta. O estudo analisa outros que mostram que os exercícios de força também são um medicamento eficaz para a condição.
Sob a coordenação da professora do Departamento de Educação Física da Unesp de Presidente Prudente, Giovana Rampazzo Teixeira, os alunos conduziram uma revisão sistemática da literatura científica sobre o tema com uma meta-análise (tipo de estudo considerado padrão-ouro em nível de evidência) para verificar a intensidade, o volume e a duração do treinamento que garantiriam os melhores resultados.
Com uma amostragem de 253 participantes, com média de idade de 59 anos, foi realizada a análise com base em uma série de ensaios controlados que avaliou o efeito do treinamento por oito semanas ou mais.
“A prevenção continua sendo um bom caminho, contudo, encontramos resultados robustos que o exercício físico de força pode ser utilizado como uma terapia não farmacológica para reduzir a pressão arterial. E nesse caminho, nossos resultados apontam a dose necessária para alcançar esse objetivo”, comenta a professora Giovana Rampazzo Teixeira, explicando qual seria essa dose:
Vasodilatação
Exercícios de musculação com carga moderada a vigorosa, dois ou três dias na semana, a partir de oito semanas, são eficientes em reduzir os valores de pressão arterial em indivíduos hipertensos;
Nessa dose, houve uma redução de 10 mmHg sistólico e 4,79 mmHg diastólico em oito semanas do treinamento de força.
A docente acrescenta que o potencial terapêutico do exercício físico ao longo do tempos inclui modificação da frequência cardíaca, aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos (vasodilatação), redução da resistência periférica, aumento da produção de óxido nítrico (um mediador importante no relaxamento dos vasos), melhoria da eficiência cardíaca e aumento do volume máximo de oxigênio (VO2máx).
Resultados efetivos a partir da vigésima sessão de musculação
Segundo publicação do Globo Esportes, o estudo mostrou ainda que resultados efetivos eram observados por volta da vigésima sessão de treinamento e os efeitos hipotensivos benéficos duravam até 14 semanas, mesmo quando os exercícios eram interrompidos.
E mais: que indivíduos que realizaram os exercícios com intensidade de carga moderada a vigorosa conseguiram os melhores resultados.
Contudo, ela ressalta que novos estudos devem ser conduzidos para explicar por quais vias moleculares essas mudanças ocorrem e quais os impactos da hipertensão arterial e do treinamento de força nos tecidos periféricos.