compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Protótipo de bioplástico foi desenvolvido em apenas um semestre e visa tornar a produção de bananas mais sustentável
Os estudantes Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins junto do professor de química Paulo Roberto da Costa
Estudantes da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, na cidade de Franca, desenvolveram um protótipo de bioplástico feito com cascas de banana e outros materiais naturais encontrados na feira e no supermercado.
A ideia é que a alternativa possa substituir o plástico comum, feito de combustíveis fósseis, e usado no cultivo de bananas por parte de pequenos produtores.
No final de 2023, os alunos Artur Luís da Silva e Miguel Macedo Martins tiveram a ideia de se aventurar em projetos de iniciação científica e viram no conceito de sustentabilidade uma forma de propor soluções desafiadoras para problemas relevantes para o nosso tempo.
Marcos Ângelo Ferreira da Silva Bueno, na época aluno da unidade, também contribuiu com o início do projeto.
Inspiração
A inspiração partiu dos bananais da cidade de Delfinópolis (MG), a 1h30 de Franca, onde os produtores costumam cobrir os cachos de banana logo no início do seu desenvolvimento com sacos plásticos.
“Essa técnica protege a banana do sol, das mudanças do clima e dos animais. É muito importante para os produtores, mas pode ser mais sustentável”, descreve o estudante Artur.
Com a ajuda do professor de química e orientador do projeto, Paulo Roberto da Costa Lemos, e o professor de biologia e coorientador, Henrique Pereira, os estudantes produziram um bioplástico que, após oito testes, tem em sua composição final a casca de banana, amido de milho, fécula de mandioca, glicerina e vinagre.
“Tivemos que pensar em cada detalhe: a banana é para a fibra do bioplástico, a glicerina para a elasticidade, o amido e fécula para dar volume, o vinagre para impedir a proliferação de mofo”, explica o estudante Miguel.
Protagonismo
O professor Paulo Roberto destaca o papel do Programa de Ensino Integral (Pei) no sucesso da pesquisa dos estudantes.
“Desde o tempo dentro da escola, até as possibilidades pedagógicas existentes dentro do programa, tudo tem o propósito de garantir um protagonismo maior do estudante. Nós ajudamos, orientamos e corrigimos se necessário, mas a concepção, planejamento e execução da coisa é totalmente dos estudantes”, reflete o professor.
O protótipo do bioplástico de banana sustenta entre 5 e 8 quilos e deverá ter de 1m a 1,5m de comprimento. Segundo notícia do portal AgênciaSP, outro desafio do projeto é o preço do bioplástico no mercado em comparação ao que já é comprado pelos produtores de banana.
“Nosso protótipo poderia custar R$ 6, enquanto o saco plástico comum, às vezes, custa menos de R$ 1. Pensar em sustentabilidade é também pensar na economia que ela pode gerar, por isso estamos estudando mexer na composição do protótipo, mas isso leva tempo”, ressalta Artur Luis.
“Tudo isso é muito desafiador. Toda a equipe da Escola Estadual Ângelo Scarabucci nos apoia e, por isso, quando a coisa dá certo, é muito satisfatório”, acrescenta o estudante Miguel.