Estresse e esgotamento estão afetando a maioria das mulheres no ambiente de trabalho

  • Robson Leite
  • Publicado em 17 de novembro de 2023 às 11:00
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Estudos mostram que as mulheres sofrem mais com a Síndrome de Burnout no ambiente profissional. Entenda os motivos

As rotinas de trabalho impactam diretamente na nossa qualidade de vida, visto que passamos a maior parte do tempo em ambientes corporativos. Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e de altas demandas, as mulheres acabam sofrendo mais do que os homens, devido à pressão excessiva por resultados e pela excelência.

O resultado disso foi comprovado pelo estudo Women in the Workplace 2021, realizado pela consultoria McKinsey, que constatou que 42% das mulheres são afetadas pelos sintomas da Síndrome de Burnout, ligados a jornadas extensas, rotinas exaustivas, alta cobrança e constante busca por uma suposta perfeição.

Por outro lado, apenas 35% dos homens relataram sofrer com esse tipo de situação estressante no trabalho. Já em 2020, esse número correspondia a 32% das profissionais femininas, contra 28% de homens que já conviveram com Burnout.

Turnover

Esse índice também explica o intenso turnover de colaboradoras do sexo feminino, pois, segundo a pesquisa mais recente, realizada em 2021, uma em cada três mulheres planejou deixar o emprego devido à síndrome, a fim de buscar posições menos estressantes ou mudar de carreira.

Mas, afinal, por que isso acontece? Entenda os principais motivos, o que é a Síndrome de Burnout e mais dados sobre o assunto no decorrer da leitura!

O que é a Síndrome de Burnout?

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela consiste em um distúrbio emocional ocasionado pelo estresse, excesso de trabalho e exaustão extrema que um cargo desgastante promove.

Seus efeitos físicos, emocionais e mentais foram reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional em 2022.

Ela acomete os profissionais que atuam constantemente sob pressão, altas exigências e responsabilidades, como médicos, enfermeiros, policiais, professores, jornalistas, entre outras profissões.

Segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com essa condição.

Já um estudo da International Stress Management Association (ISMA) aponta que o Brasil é o segundo país com o maior número de casos diagnosticados no mundo – atrás apenas do Japão, com 70% da população afetada.

Os principais sintomas 

O início do distúrbio envolve nervosismo, muito cansaço físico e mental, estresse, falta de vontade de sair da cama, indisposição, entre outros fatores.

Ao evoluir, o Burnout desencadeia outros sintomas como: insônia; dificuldade de concentração; alterações no humor e no apetite; fadiga; pressão alta; dores musculares; sentimentos negativos associados a fracasso, insegurança e incompetência; isolamento; etc.

Por que as mulheres sofrem mais com o Burnout?

Diversos fatores estão relacionados ao maior acometimento da doença em profissionais do sexo feminino; entre os principais, estão:

01. O machismo estrutural, que leva à desvalorização do trabalho feminino;

002. A maternidade e suas responsabilidades;

03. As jornadas de trabalho extensas, somadas às demandas do lar, da família e outros compromissos;

04. A sobrecarga de tarefas sem o apoio necessário;

05. A pouca qualidade de vida e de sono;

06. As desigualdades salariais em relação aos homens, poucas oportunidades de crescimento e o baixo estímulo profissional – e isso não apenas no Brasil, pois, segundo a BBC, nos Estados Unidos, as mulheres ganham, em média, 82 centavos para cada dólar recebido por um homem;

07. A pressão interna nas empresas e na sociedade como um todo.

Essas questões poderiam ser minimizadas com a adoção de políticas de motivação no trabalho voltadas para mulheres, com objetivos de carreira, atividades que fujam da rotina e com o devido acompanhamento médico e psicológico.


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