compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Em sessões da ‘Terapia de Reconsolidação’ voluntários foram capazes de abandonar esse ‘looping traumático’
Será que o propranolol é a cura para todos os males? Um pesquisador canadense garante ter formulado um tratamento capaz de apagar as emoções traumáticas e a dor associada.
Para este efeito, conforme explica um artigo publicado no portal Green Me, o cientista Alain Brunet, de Montreal, recorre a um betabloqueador, o qual era utilizado até então para tratar doenças como a hipertensão ou enxaqueca, e que agora é incorporado em sessões de terapia.
O cientista passou 15 anos estudando indivíduos que haviam sido vítimas de traumas pós guerra e de ataques terroristas.
Pessoas estas que sofriam de TEPT (transtorno de stress pós-traumático) e de modo a acelerar o processo de recuperação, Alain começou a administrar um fármaco denominado propranolol.
Segundo o Green Me, os pacientes tomavam o medicamento uma hora antes da sessão de terapia, chamada por Brunet de ‘Terapia de Reconsolidação’.
Em seguida era solicitado ao doente que redigisse um relato sobre o trauma e que o lesse em voz alta.
O especialista argumenta que essa técnica é usada de modo a criar uma ‘porta aberta’ capaz de atingir a parte emotiva da memória, a qual se situa na amígdala.
Em declarações à BBC News, o pesquisador explicou que quando se revive a memória traumatizante, a pessoa utiliza os dois canais (hipocampo e amígdala), mas o propranolol tem como alvo apenas a amígdala.
Ou seja, o medicamento age nas emoções, suprimindo a dor emocional e atenuando a emotividade que esses sentimentos causam.
No final da experiência, os dados apurados referiam que cerca de 70% dos pacientes que sofriam com TEPT melhoraram significativamente após algumas sessões de ‘Terapia de Reconsolidação’.
Mas é possível curar um coração partido?
Alain Brunet decidiu aplicar o mesmo tratamento a indivíduos que haviam sofrido desgostos amorosos (que incluíam separações ou traições).
Para a realização de uma nova pesquisa, foram recrutados voluntários cujos parceiros haviam sido infiéis, abandonados e vítimas de outras decepções amorosas – e que simplesmente não conseguiam seguir em frente.
Após frequentarem algumas sessões da ‘Terapia de Reconsolidação’ muitos desses voluntários foram finalmente capazes de abandonar esse ‘looping traumático’.
Perante os resultados tão positivos do uso do propranolol para atenuar emoções traumáticas, o pesquisador pretende agora realizar mais pesquisas de modo a entender como o fármaco pode ser utilizado para tratar fobias, dependência e luto.