Morre a escritora Lygia Fagundes Telles, madrinha da Academia Francana de Letras

  • Nene Sanches
  • Publicado em 3 de abril de 2022 às 12:30
  • Modificado em 3 de abril de 2022 às 12:37
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Autora de uma obra de estilo elegante, Lygia sempre ofereceu ao leitor a oportunidade de pensar sobre suas existências

Dama da literatura nacional, uma das mais amadas escritoras brasileiras, Lygia Fagundes Telles morreu na manhã deste domingo, 3, aos 98 anos.

Seu nome está ligado a Franca, por estar presente no ato de criação da Academia Francana de Letras e ser sua madrinha e apoiadora.

A informação foi confirmada ao Estadão por sua neta, Lúcia, que informou que a avó não passava por nenhum tratamento de doença e ainda não se sabe a causa da morte. “Ela estava velhinha, não sofreu nada”, disse.

Autora de uma obra de estilo elegante, ecos machadianos e um permanente estado de espírito que permite manipular a escrita com firmeza e serenidade, Lygia sempre ofereceu ao leitor a oportunidade de pensar sobre suas existências.

E seus personagens, especialmente os femininos, exibiram a pluralidade das vozes das mulheres, tornando-se símbolo da luta contra a hipocrisia da sociedade.

Paulistana

Lygia de Azevedo Fagundes nasceu no dia 19 de abril de 1923, na rua Barão de Tatuí, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo.

Era a quarta filha de uma pianista, Zazita, e do promotor público Durval de Azevedo Fagundes. Por conta da profissão do pai, ela e a família se mudaram para várias cidades paulistas. Se da mãe herdou a vocação artística, de Durval, Lygia descobriu uma de suas profissões.

“Decidi ser advogada por causa do meu pai, Durval, que também se formou na São Francisco.

Começo

Seu primeiro livro, Porão e Sobrado, foi publicado em 1938, em edição financiada pelo pai. Já o segundo, Praia Viva, saiu em 1944, um ano antes de seu bacharelado.

Em 1949, três anos depois do término do curso de Direito, a escritora publicou seu terceiro livro de contos, O Cacto Vermelho, pelo qual recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras.

Academia

Em 1985, ela foi eleita para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, iniciando uma fase de reconhecimento internacional.


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