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O híbrido é um modelo que pressupõe uma combinação de atividades presenciais com ensino à distância
Apesar das recentes decisões do Estado de São Paulo em favor da volta às aulas presenciais em 2021, a rede particular ainda começa o novo ano mais ou menos como terminou 2020.
Não se sabe qual poderá ser a organização das aulas, quantos alunos serão autorizados nas salas, quanto tempo o remoto ainda será necessário.
Mas o certo é que as escolas retornam em fevereiro utilizando o tão falado ensino híbrido e, para isso, incluem até computador na lista de materiais de crianças de 6 anos.
O híbrido é um modelo que pressupõe uma combinação de atividades supervisionadas e presenciais com as que podem ser realizadas de maneira independente.
Segundo especialistas, o importante é identificar o que aluno pode fazer sozinho e ajudado pela tecnologia – como assistir vídeos recomendados – e o que é essencial de ser realizado com o professor em sala.
Segundo estimativa do sindicato das escolas particulares no Estado (Sieeesp), 100% das escolas estão prontas para voltar ao ensino presencial no ano que vem. “Quem não abrir vai quebrar”, afirma o presidente da entidade, Benjamim Ribeiro da Silva.
Ele diz apoiar a decisão recente do governo estadual de exigir a volta obrigatória tanto das escolas quanto dos alunos, segundo afirmou ao Estadão o secretário de Educação, Rossieli Soares.
Segundo ele, em janeiro, o Conselho Estadual de Educação (CEE) deve editar uma resolução sobre o assunto.
Mas, mesmo que os alunos sejam obrigados a voltar, eles não devem ir todos ao mesmo tempo e todos os dias da semana porque os protocolos exigem distanciamento e, em geral, não há espaço suficiente nas escolas. Por isso, o ensino híbrido acabará sendo necessário.
Na parte presencial, as escolas se programam para investir no que foi mais prejudicado com a educação remota. Como a alfabetização, as atividades práticas, de laboratório, físicas ou de artes e até os passeios culturais.
Ensino presencial
Mesmo após o fim da pandemia do novo coronavírus, quatro em cada 10 professores do País acreditam que as escolas vão manter o ensino híbrido.
A percepção veio da terceira fase de pesquisa realizada pelo Instituto Península com docentes da rede pública e particular, que está sendo feita desde o início do ano.
Segundo o levantamento, 54% acham que as escolas voltarão ao ensino presencial e 44% apostam no híbrido. Outros 2% acreditam em uma educação apenas remota depois da crise provocada pelo coronavírus.
De acordo com a diretora executiva do Instituto Península, Heloisa Morel, para que o ensino híbrido pudesse ocorrer de maneira eficaz seria preciso investimento em políticas públicas para inclusão digital, novas ferramentas e metodologias. A grande preocupação, para ela, é a desigualdade.
Enquanto escolas particulares de elite investiram em aprimorar a tecnologia para o ensino durante a pandemia, com aulas online, o resultado não foi o mesmo nas redes públicas.
Muitos Estados e municípios até criaram formas de ensino remoto, mas nem todos os alunos têm internet rápida para poder acompanhar.
Além do medo dos pais, a pesquisa do Instituto Península mostrou que mais de 60% dos professores da rede pública não confiam na escola para se adaptar aos requisitos de segurança.
Entre as particulares, o índice é de 40%. E 65% do total acham que a escolas devem permanecer fechadas durante a pandemia.
No entanto, o mesmo levantamento mostra que 60% deles acham que seus alunos não evoluíram nesse período. E o mesmo índice também reconhece o impacto negativo principalmente entre os alunos mais pobres das escolas fechadas.
Fase vermelha
Segundo o secretário de Educação Rossieli Soares, os professores da rede serão convocados a retornar em 2021.
Neste mês, o Estado autorizou que as escolas abram até durante a fase vermelha, a mais restritiva do plano de flexibilização, com 35% dos alunos presencialmente por dia. Isso quer dizer que, mesmo com a piora da pandemia, elas poderiam ter aulas presenciais em fevereiro. Se estiver na amarela seriam 70% e na verde, 100%.
As escolas precisam ainda esperar a decisão das prefeituras, que podem ser mais restritivas, como já ocorreu em 2020. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.