Entenda por que os testes de eficácia de vacinas podem dar resultados diferentes

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 25 de dezembro de 2020 às 22:20
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 12:39
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O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que não espera 90% de eficácia

A Turquia anunciou que a Coronavac — vacina contra a Covid-19 produzida pela chinesa Sinovac –, que também está em teste por lá, alcançou 91,25% de eficácia. 

Por outro lado, o resultado não deve se repetir no Brasil. 

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que não espera 90% de eficácia. 

A biomédica Mellanie Fontes-Durta explica como é possível que a Coronavac tenha resultados diferentes nos dois países. 

“A Turquia liberou os resultados preliminares, provavelmente fruto de uma análise interina, conduzida ao longo do estudo. Esse resultado contou com a análise de 1.322 participantes, onde 29 eventos foram contabilizados para se chegar nesse valor de eficácia”, diz.

“O ponto que o Brasil está, segundo anúncios dos próprios envolvidos, como o Instituto Butantan, é que já teríamos completado o número de eventos necessários”. 

“Já foi divulgado que cerca de 170 eventos foram analisados, e já vacinamos cerca de 13 mil pessoas. Então, são pontos diferentes desse desenvolvimento”, afirma. 

Além disso, de acordo com a especialista, é preciso prestar atenção em várias variáveis, pois podem alterar a eficácia do imunizante, como a distribuição demográfica da população e a idade da pessoa que foi imunizada.

“Se os idosos não foram incluídos, o valor da eficácia é impactado. Estudos na Indonésia e Turquia estão testando pessoas entre 18 e 59 anos. Aqui, a gente já incluiu idosos porque já estamos em um ponto diferente de desenvolvimento.”

*Informações CNN


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