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Pouco mais de 4 milhões de pessoas garantiram a inscrição para o Enem 2021 nas duas versões do exame, impressa e digital.
Número de candidatos inscritos no Enem 2021 é o mais baixo em 13 anos
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou que, ao todo, pouco mais de 4 milhões de pessoas garantiram a inscrição para o Enem 2021 nas duas versões do exame, impressa e digital.
Este é o menor número de inscritos dos últimos 13 anos. As inscrições foram abertas em 30 de junho e se encerraram nesta quarta-feira (14). As provas estão previstas para 21 e 28 de novembro.
Para o professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Educação Gregório Grisa, a queda é um reflexo da decisão do governo de não garantir isenção da taxa de inscrição para quem faltou na última edição.
“Esse ano, inevitavelmente, há a influência da decisão de não ter a isenção da inscrição para aqueles que não foram no Enem no ano passado. Em 2020, tivemos uma abstenção recorde, acima de 55%, o equivalente a 3 milhões de inscritos. Por falta de recursos, muitos só fazem a prova com a isenção.”
No entanto, o professor lembra que, historicamente, o número de participantes do Enem já estava caindo.
Ano passado, a queda foi grande devido ao quadro pandêmico. “Um outro fator relevante está relacionado aos jovens que não conseguiram concluir o ensino médio durante a pandemia. Não sabemos ainda o número exato de evadidos ou de estudantes que não conseguiram terminar os estudos”, afirma Gregório.
Desigualdades
Em relação ao Enem e à quantidade de inscritos para fazer a prova, a presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, entende que a pandemia potencializou a desigualdade na educação.
“Como os maiores promotores das inscrições no Enem são as escolas e os professores, a interrupção das aulas presenciais anulou esse incentivo. Como os mais pobres ficaram mais desatrelados das escolas, eles foram os mais prejudicados. De novo, a pandemia ampliou a desigualdade.”
Para o professor Gregório Grisa, o impacto para os mais pobres já começa na “não conclusão” do ensino médio ou em relação à inviabilidade de inscrição e de não realização por falta de pagamento.
“Hoje, no Brasil, 30% dos jovens de 18 a 24 anos estão desempregados. Esses jovens, para levar renda para casa, acabam desistindo dos estudos e, por isso, não chegam ao Enem.”
Em relação ao não pagamento da taxa de inscrição, a Defensoria Pública ingressou com uma ação judicial para tentar garantir a isenção para os faltosos.
O argumento era de que estudantes mais vulneráveis do ponto de vista financeiro, além dos ausentes em decorrência da pandemia, não conseguiriam pagar os R$ 85 da taxa de inscrição.
O governo federal, no entanto, conseguiu na Justiça o veto de isenção a faltosos.
Para a prova de 2021, o valor ainda pode ser pago até o dia 19 de julho. Como milhares de inscritos ainda não pagaram a taxa, o número final de participantes pode ser ainda menor.
*Informações CNN