Em Franca, geração de empregos na indústria cai 78%; setor de serviços dispara

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 20 de março de 2023 às 12:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Franca, conhecida como um dos maiores e mais importantes polos calçadistas do país, teve queda expressiva de contratações na indústria

Franca é conhecida como um dos principais polos calçadistas do país – foto Arquivo

 

Conhecida como principal polo calçadista do país, Franca gerou 1.004 empregos formais no setor industrial em 2022, queda de 78% na comparação com 2021, quando a geração ficou 4.716 postos de trabalho.

Em contrapartida, a cidade viu outra categoria ganhar destaque no ano passado: o da prestação de serviço. Na ocasião, foram 3.269 mil vagas de emprego geradas, contra 1.008 no ano anterior – alta de 244%.

Os números constam em balanço divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência.

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão, a desaceleração no setor pode ser explicada pela desindustrialização no país desde a década de 1980 e pela pandemia de Covid-19.

“Isso envolve vários fatores, não é recente. Temos uma desindustrialização que vem acontecendo no país. Começamos a industrialização em 1952 e tivemos um ápice da indústria brasileira em dezembro de 1985”.

“Desde janeiro de 1986 ocorre a desindustrialização. E isso se soma a uma série de crises, como a pandemia e as incertezas da política industrial a longo prazo”, pondera o presidente.

Empreendedorismo em alta

O economista Fred Nazar afirma que a disparada dos serviços está relacionada com a busca por novas oportunidades durante a pandemia.

Ele ressalta que muitas pessoas que perderam seus empregos migraram para o empreendedorismo. E isso, segundo o economista, trouxe uma nova faceta ao mercado brasileiro.

“Não temos aquela cultura de ser empreendedor. Hoje, o que a gente vê, é um grande número de pessoas que estão empreendendo”.

“Com o advento da pandemia, a gente observou que as empresas fazem de tudo para cortar seus custos. E, nesse corte, é mais barato para a empresa terceirizar o serviço do que contratar mão de obra”, pontua.

Ainda de acordo com Nazar, a tendência é que mais pessoas optem por abrir os próximos negócios nos próximos anos.

“Todo e qualquer emprego gera renda. E toda renda vai gerar consumo. E esses consumos são investimentos”, completa.

Destaque

A empresa de Robson Hidalgo presta serviços voltados à área tecnológica em Franca. Na comparação entre os dois primeiros meses de 2023 e o mesmo período do ano passado, o empresário estima um aumento de 120% nos serviços.

Por causa disso, ele afirma que a área demanda cada vez mais de profissionais qualificados.

“Apesar de ser tecnologia, a gente precisa das pessoas. Para o funcionário que vai trabalhar com tecnologia, é a busca pelo conhecimento. E é isso que eu coloco como grande diferencial”, destaca o empresário.

*Informações G1


+ Economia