Em dias de ressaca, tão comuns no Carnaval, é bom saber o que se deve ou não comer

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 11 de fevereiro de 2024 às 14:00
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É fundamental manter a hidratação durante estes desgastantes dias

Carnaval é tempo de alegria, de bloco, de folia, de desfile das escolas de samba e, consequentemente, de bebida. E com o consumo de álcool vem ela: a sempre temida ressaca.

Segundo a médica Thaísa Albanesi, é necessário entender primeiro o que é uma ressaca, que nada mais é do que uma grande desidratação no corpo, com perda de água, de eletrólitos, de proteínas e de aminoácidos bloqueados pelo álcool excessivo.

Com isso, chegam sintomas bem característicos, como dor de cabeça, fadiga, perda de energia do corpo, dor de estômago, náusea, vômito e diarreia, juntos ou alternadamente.

Mas, se você se distrair e a ressaca vier, a médica compartilhou as sugestões de alimentos que devem ser consumidos para diminuir o tempo do álcool no corpo no dia seguinte e, consequentemente, abreviar o período de ressaca:

Beber bastante água: Segundo a clínica geral, esta é a principal recomendação. Manter-se hidratado é fundamental.

“Antes de dormir e ao acordar, o ideal é beber 500 ml de água e no dia da ressaca beber pelo menos três litros de água. Beber água entre as bebidas alcoólicas evita 80% dos casos de ressaca”.

Limão: Alimento rico em vitamina C, que ajuda a diminuir o tempo do álcool no organismo. “A pessoa pode fazer uma água com limão espremido ou só o limão espremido mesmo. É um alimento muito importante para este momento”.

Gengibre: Alimento anti-inflamatório e antiemético, por isso tem como foco tratar náuseas e vômitos.

“Ele pode ser ingerido em forma de chá – quente ou frio – em suco, ralado na comida, o que for da preferência da pessoa. Em caso de suco, por exemplo, pode misturar com o limão também”.

Água de coco natural: “É a melhor fonte de eletrólitos e fonte de magnésio também, então combate diretamente a dor de cabeça”.

Thaísa ainda faz um alerta: “Vejo muitas pessoas, erradamente, utilizando marcas de isotônicos para a ressaca. Eles não são as melhores opções, porque geralmente contêm muitos açúcares e corantes”.

Banana e abacate: são grandes fontes de potássio e antioxidantes. Segundo Thaísa, é a falta de potássio que deixa o corpo mais fraco e cansado no dia seguinte. Logo, o consumo dessas frutas vai ajudar a dar mais vitalidade.

Sal mais mineral, sal grosso, sal rosa, sal marinho: Aqui a importância é justamente ser um alimento rico em minerais. O sal branco, com iodo, não é recomendado.

“O consumo pode ser no ovo ou até água com sal. Os sais minerais ajudam a repor os eletrólitos e a diminuir as dores de cabeça e a fraqueza do corpo”.

Verduras verdes escuras (espinafre, rúcula, couve, salsinha): ajudam na desintoxicação do fígado e a eliminar o efeito do álcool mais rapidamente do organismo. Podem ser consumidas na salada ou em suco.

Chá de boldo: Esta antiga receitinha de avó tem poder de desintoxicação e ajuda o corpo a eliminar rapidamente o álcool, funciona como um processo de limpeza mesmo.

Hortelã: também com propriedades anti inflamatórias, combate diretamente a dor de cabeça, o enjoo, e náusea. Pode ser consumido como chá gelado, pode bater no suco, comida, salada.

“Eu sempre indico. Vai sair de casa e vai beber? Já deixa o chá de hortelã pronto na geladeira para tomar quando voltar”, comenta.

Alimentos que devem ser evitados na ressaca

Segundo Thaísa Albanesi, muita gente acaba cometendo um erro após a ingestão de bebida alcoólica: consumir frituras, açúcares e gorduras. “Isso vai piorar a ressaca.

O álcool já causa uma sobrecarga no fígado e as frituras e gorduras causam inflamação na mucosa do estômago, por exemplo.

Por isso que tem gente que, mesmo sem beber fica com o estômago distendido depois de consumir frituras, gorduras e açúcares”, explicou.

Para o consumo de açúcar, de acordo com ela, dê preferência a frutas, raízes em geral (mandioca, mandioquinha, cenoura, beterraba), arroz com feijão, lentilha, grão de bico.

Assim não há sobrecarga ao fígado, estômago e intestino.

Sinal de alerta

A médica reforça que cada corpo reage de uma forma e por isso que para cada pessoa o processo é diferente.

Por exemplo, a mesma pessoa em um dia pode beber menos e ter uma ressaca pior no dia seguinte ou beber mais e ficar melhor justamente por causa das enzimas.

“O problema é o tempo que o álcool fica no corpo. As pessoas podem, por exemplo, ter uma deficiência de enzimas e isso faz com que o efeito do álcool no organismo se prolongue”, reforça Albanesi.

Mas se você estiver de ressaca, tiver consumido os alimentos para melhorar os sintomas e nada fizer efeito, a médica recomenda pedir ajuda médica.

“Quando mesmo se hidratando não parar nada no estômago, a pessoa fica mole e com a boca seca, é um sinal de alerta. Ela deve ser levada ao hospital para fazer a reposição de eletrólito na veia. Em casos extremos, a falta de potássio no organismo pode causar parada cardíaca”, explicou a médica.


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