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Serão 400 vagas, em cinco cursos em tecnologia, com início em agosto; empresa diz que pretende reter ao menos 50% dos formados para seu quadro de funcionários.
Apesar do desemprego no país, vagas na área de TI são difíceis de serem preenchidas – foto EAD UCPel
Mirando a escassez futura de profissionais de tecnologia, a XP decidiu lançar nesta segunda-feira (27) sua própria faculdade, com cinco cursos de graduação para formar estudantes imersos desde o início na cultura da empresa.
São 400 vagas, para titulações em Sistemas de Informação, Ciência de Dados, Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Banco de Dados e Defesa Cibernética.
Diz a empresa que o investimento em ensino segue o conceito “employer university”, quando uma companhia se dedica não só a empregar como a formar profissionais ao estilo que necessita.
No Brasil, uma das inspirações é a faculdade de medicina do Hospital Israelita Albert Einstein, inaugurada em 2016.
A XP, porém, promete que seus cursos de graduação serão gratuitos e em sistema de Ensino à Distância (EAD).
A mensalidade de medicina no Einstein, por exemplo, passa dos R$ 9 mil. Segundo a empresa, o investimento para tanto é de R$ 100 milhões.
O presidente da XP Educação, Paulo de Tarso, diz que a empresa mesclou técnicas de retenção e captação de talentos do grupo para formatar até mesmo o processo seletivo dos candidatos, para “pescar” os que forem aderentes à cultura corporativa.
O vestibular será feito em quatro fases, em ordem quase inversa às provas tradicionais. A primeira será com perguntas abertas sobre experiências pessoais.
A segunda, com realização de tarefas que testem a capacidade de aprendizado e adaptação ao ensino remoto.
Só na terceira fase é feito um processo de encaixe no perfil da XP. Por fim, é aplicado um teste de conhecimentos gerais, em que será possível usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.
“Esperamos um processo seletivo muito concorrido, de 200 pessoas por vaga. Vai ser um golaço se o cara deixar de estudar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) para vir com a gente”, diz Tarso, que é formado no ITA.
“Estamos querendo fazer um negócio diferente mesmo. Altamente concorrido, muito conectado com o ecossistema da empresa e que os alunos acreditem no modelo”, diz.
Metade das 400 vagas serão destinadas à diversidade. Na inscrição, o candidato pode escolher entrar na esteira de vagas afirmativas.
Apesar dos métodos heterodoxos de seleção e condução dos cursos, Tarso afirma que o curso já tem certificações do Ministério da Educação (MEC) para existir, originários da aquisição de uma faculdade pelo grupo.
Vagas em TI são as mais difíceis de preencher
Apesar do desemprego alto no país, empresas principalmente do setor de tecnologia estão com dificuldade para preencher vagas em alguns cargos específicos.
Segundo dados da plataforma de empregos Indeed, entre as 15 vagas mais difíceis de preencher, 11 são de TI.
Veja abaixo os cargos mais difíceis de preencher e a porcentagem de vagas abertas por 60 dias ou mais:
– development operations engineer (DevOps Engineer):
– engenheiro de software: 49%
– atendente de restaurante: 46%
– desenvolvedor android: 46%
– desenvolvedor java: 46%
– desenvolvedor back-end: 45%
– desenvolvedor php: 40%
– desenvolvedor .net: 38%
– desenvolvedor front-end: 38%
– instalador: 38%
– sênior: 38%
– arquiteto de aplicações: 37%
– analista de desenvolvimento sistemas: 37%
– consultor sap: 37%
– auditor: 37%
De acordo com Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed do Brasil, a transformação digital acelerada pela pandemia fez com que as vagas no setor de TI aumentassem no mundo inteiro e, além da falta de profissionais qualificados, as empresas também precisam trabalhar para reter os talentos que conseguem recrutar.
“Estamos vendo muitas empresas com dificuldades em preencher vagas de TI, principalmente desenvolvedores. O mercado está realmente com uma alta demanda no setor de tecnologia e parece não haver a mesma oferta de profissionais qualificados”.
“Por outro lado, os profissionais que são qualificados têm a possibilidade de escolher onde querem trabalhar, o que acende um alerta para as empresas sobre a importância de reter talentos”, afirma.
*Informações G1