Eclipse solar híbrido: como assistir o fenômeno raro, já a partir desta quarta (19)

  • Nene Sanches
  • Publicado em 19 de abril de 2023 às 10:00
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O eclipse solar híbrido não será visível do Brasil, mas algumas transmissões ao vivo estão programadas na internet, inclusive pela Nasa

O eclipse solar híbrido é o tipo mais raro. (Créditos: APOD NASA / Esquerda: Fred Espenak – Direita: Stephan Heinsius)

Um eclipse solar ocorre quando a Lua desliza entre a Terra e o Sol lançando uma sombra no planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar.

Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total. Mais raro, no entanto, um quarto padrão, chamado eclipse solar híbrido, sem dúvida, é o mais intrigante, espetacular e interessante deles – e o próximo será nesta quinta-feira (20).

Tipos de eclipses solares

O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é encoberta pela Lua. Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia.

Em relação ao eclipse anular, o fenômeno acontece quando a Lua cobre o centro do Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno. É popularmente conhecido como “anel de fogo”.

E o eclipse total do Sol se caracteriza quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo.

Imagine agora uma mistura de todos eles.

É meio isso que define o eclipse híbrido, que combina um eclipse anular visto de alguns pontos da Terra e um eclipse total a partir de outros, a depender do horário do dia.

Eclipses solares híbridos ocorrem quando a distância da Lua está perto de seu limite para a sombra umbral atingir a Terra, a depender do grau de inclinação da órbita lunar, haja vista que ambos os corpos são curvos.

Nesse ponto, a Lua está à distância exata da Terra para que o ápice de sua sombra em forma de cone esteja ligeiramente acima da superfície terrestre no início e no final do percurso do eclipse, fazendo com que a sombra antumbral da Lua se mova através da Terra, causando um eclipse anular.

No entanto, no meio do caminho do eclipse, o ápice da sombra umbral da Lua atinge a superfície da Terra, porque essa parte do planeta está um pouco mais próxima dela.

Esse diagrama de um eclipse híbrido acima mostra como a distância entre a Lua e a Terra determina a sombra projetada na superfície do planeta, desde a penumbra fraca de um eclipse parcial do Sol até a umbra profunda e escura da totalidade e a antumbra – uma espécie de “meia-sombra” – da anularidade.

Como será o eclipse solar híbrido desta quinta

Segundo o site Space.com, o eclipse solar híbrido desta quarta será visível no Pacífico Sul. Ele fará a transição de anular para total e o movimento inverso em somente dois locais muito remotos no mar.

O fenômeno será exclusivamente experimentado como um eclipse total da Península de Exmouth, na Austrália Ocidental (até 1 minuto), Timor-Leste (1 minuto e 14 segundos) e Papua Ocidental (1 minuto e 9 segundos). Pouco antes e logo após a totalidade, uma grande exibição das “contas de Baily” será visível.

Nomeadas em referência ao astrônomo inglês Francis Baily, que as observou pela primeira vez no início de 1800, as contas de Baily são os últimos raios de luz solar que podem ser vistos fluindo através dos vales da Lua pouco antes da totalidade e no fim do processo.

Durante um eclipse solar híbrido, as exibições das contas de Baily são mais longas porque a Lua está quase precisamente do mesmo tamanho aparente que o Sol.

Como assistir ao eclipse solar híbrido

Conforme explicado acima, apenas algumas partes privilegiadas do mundo poderão testemunhar o eclipse ao vivo. Aqui do Brasil, infelizmente, não veremos nada.

No entanto, estão programadas algumas transmissões em tempo real pela internet, começando já na noite de quarta-feira (19). (Os horários mencionados têm como referência o fuso de Brasília).

Segundo o portal Olhar Digital, a equipe do Observatório Móvel do Time and Date é a que vai começar mais cedo a transmissão: a partir das 22h30.

No site, está hospedado um blog exclusivamente destinado ao eclipse, que vai apresentar relatórios em tempo real sobre o evento, enquanto, simultaneamente, o canal da plataforma no Youtube faz a cobertura ao vivo.

Já a transmissão do canal Gravity Discovery Center & Observatory começa às 23h. Outro canal que vai transmitir o evento no YouTube é o da NASA. A live da agência espacial norte-americana começa às 23h30, neste link.


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