Diagnóstico precoce para o tratamento do câncer de próstata preserva fertilidade

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  • Publicado em 28 de novembro de 2018 às 09:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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Com uso do rastreamento de tumores de próstata, há aumento dos diagnósticos em pacientes jovens

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, sendo que somente neste ano serão mais de 68 mil novos casos no País. A doença, que acomete normalmente indivíduos acima de 50 anos, ocorre quando células malignas se formam nos tecidos da próstata. Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, mas quando começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura.

O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do País e pelo aumento na expectativa de vida. Ações para a conscientização da sociedade são fundamentais, como o ‘Novembro Azul’ para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Para homens sem fatores de risco, o indicado é que procurem o urologista para realizar os exames de toque e PSA a partir dos 50 anos e, quando existe antecedente familiar da doença (pai, irmão ou tio), é recomendado iniciar antes, por volta dos 40 anos.

As indicações de tratamento para o câncer de próstata também envolvem cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. No caso de a doença estar localmente avançada, radioterapia ou cirurgia aliada ao tratamento hormonal têm sido uma alternativa dos médicos. Para a doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento indicado é a terapia hormonal acompanhada de quimioterapia, em alguns casos. A eficácia depende do grau de agressividade e da extensão do tumor, podendo levar à infertilidade do homem e impossibilitar uma gravidez natural do casal.

Com o uso do rastreamento de tumores de próstata, há um aumento dos diagnósticos desses tumores em pacientes jovens. Diante desse cenário, o médico urologista e especialista em reprodução humana da Huntington Medicina Reprodutiva, Guilherme Wood, indica aos pacientes portadores desses tumores e que desejam ter filhos no futuro, o congelamento do sêmen para preservar a fertilidade do homem. “O tratamento dos tumores de próstata com cirurgia irá gerar infertilidade em todos os casos. Radioterapia e tratamentos hormonais também prejudicam a produção dos espermatozoides. O congelamento seminal antes do tratamento contra o câncer de próstata facilita muito o sucesso na reprodução assistida por meio da fertilização in vitro“, afirma Wood.

Apesar da evolução nos tratamentos, ainda existe muito preconceito por parte dos homens para lidar com a doença. Muitos demoram para marcar uma consulta e realizar os exames, e isso acaba dificultando o diagnóstico da doença e o começo do tratamento. “É de extrema importância a realização do exame, pois o câncer tem mais de 90% de chance de cura quando diagnosticado no início. O diagnóstico precoce é fundamental também para a recuperação do paciente. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 40 anos com fatores de risco ou 50 anos sem estes fatores devem ir ao urologista”, finaliza Wood.