Diagnóstico precoce é importante para o controle do diabetes em crianças

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  • Publicado em 25 de julho de 2019 às 12:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:41
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Testes rápidos e tecnologia podem ajudar pediatras a diagnosticar e controlar diabetes em crianças

Em
dez anos, entre 2006 e 2016, o número pessoas diagnosticadas com diabetes
aumentou quase 62% no Brasil. Durante esse período, o percentual de habitantes
com a doença aumentou de 5,5% para 8,9%. Os dados foram apurados pelo
Ministério da Saúde, por meio da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada no
ano passado.

Segundo
o órgão, este crescimento é observado em todo o mundo e reflete fatores como
mudanças dos hábitos alimentares e baixa prática de atividade física. Do total
de brasileiros portadores de Diabetes, estima-se que um milhão sejam crianças,
de acordo com a Associação de Diabetes Juvenil. A cada cem mil crianças e
adolescentes com menos de 15 anos, 7,6 mil novos casos de diabetes tipo 1 são
diagnosticados, de acordo com o Ministério da Saúde.

Para
o médico Alexandre Chieppe, ex-Subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, é
fundamental ampliar e melhorar o diagnóstico precoce, também em crianças e
adolescentes, para evitar as complicações da doença e propiciar-lhes uma melhor
qualidade de vida. “Infelizmente, estima-se que para cada caso
diagnosticado haja outro sem diagnóstico”, afirma o médico.

Chieppe,
consultor da MedLevensohn, salienta que o equipamento disponibilizado pela
empresa — On Call Plus com Medbem – permite o monitoramento domiciliar do
diabetes pela equipe responsável, por meio da transferência dos dados obtidos.
O uso conjunto do device e do software permite que a equipe de saúde receba
informações e alertas em tempo real. Por exemplo, caso o paciente apresente
hipoglicemia, é possível uma intervenção precoce pelo médico responsável.

Para
os pacientes de pediatras, em particular, há um teste rápido de hemoglobina
glicada que pode ser feito no consultório, durante a consulta. O teste é
conhecido como “dedo duro” do diabetes, pois traz informações sobre a
glicemia do paciente nos três últimos meses. Isso é importante porque, quando
sabe que vai ao médico, o paciente, em especial adolescentes, tende a melhorar
seu controle sobre a alimentação e a prática de exercícios físicos, gerando um
falso resultado nos exames de glicemia tradicionais. A hemoglobina glicada
permite uma avaliação de mais longo prazo. A vantagem de ser um teste rápido,
que pode ser feito no consultório, é que se elimina o tempo entre a realização
do exame no laboratório e consulta médica.

Variações
da diabetes

Tipo 1 — O paciente não produz a insulina em volume suficiente. Por isso,
apresenta alta concentração de glicose no sangue. Atribui-se sua causa a origem
genética ou autoimunológica. Esse tipo de diabetes pode ocorrer em qualquer
idade, mas é mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens. Seus
sintomas são sede, fome e poliúria (emissão excessiva de urina).
Tipo 2 — Mais recorrente em adultos com mais de 40 anos, acima do peso,
sedentários e fumantes. Porém, nos últimos anos vem sendo diagnosticada em
pessoas jovens devido aos maus hábitos alimentares, sedentarismo e vida
estressante. Na diabetes tipo 2, ou o pâncreas produz insulina em quantidade
insuficiente ou a produz normalmente, mas o organismo não consegue utilizá-la
de maneira correta. Ao contrário da diabetes tipo 1, a diabetes tipo 2, na
maioria das vezes, é assintomática, exigindo, portanto, diagnóstico mais
eficiente.