compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Andar descalço assim que se chega em casa pode proporcionar sensação de relaxamento instantâneo, mas é necessário ter alguns cuidados
Se você gosta de andar descalço em casa, é bom saber os prós e contras desse hábito – foto Freepik
Você costuma andar descalço dentro de casa? Em diversos países, é comum retirar os sapatos ao entrar, optando por andar com os pés diretamente no chão ou apenas de meias.
Para o ortopedista Alexandre Leme Godoy dos Santos, membro da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), a prática pode proporcionar estímulos sensoriais como a sensação de relaxamento e descanso, além de fortalecer a musculatura intrínseca dos pés e melhorar o equilíbrio.
“Esses estímulos ajudam na saúde geral dos pés, desde que praticados de forma moderada”, destaca.
Por outro lado, ele ressalta que passar muitas horas ou dias seguidos descalço pode causar dores devido a pontos de sobrecarga na planta dos pés e aumentar o risco de traumas, como esbarrar ou pisar em objetos.
Já o médico ortopedista Rogério Bitar, que atua em São Paulo e também é membro da SBTO, enfatiza que, embora andar descalço possa ser uma questão pessoal e ligada a hábitos, os riscos muitas vezes superam os benefícios.
“As chances, principalmente de traumas, são significativas, e não é incomum ocorrerem fraturas nos dedos ou entorses do tornozelo e do pé”, comenta.
Rogério ressalta que, em casas com crianças, o perigo pode ser ainda maior, já que elas estão mais propensas a se machucar durante brincadeiras.
Enquanto o calçado proporciona uma camada extra de proteção, é preciso avaliar o equilíbrio entre conforto e segurança.
“Lidar contra um hábito é sempre mais difícil, mas é importante saber que existem riscos”, diz o médico.
Andar descalço pode ajudar a fortalecer os músculos dos pés e melhorar o equilíbrio?
O ortopedista Rogério destaca que o pé é composto por ossos, tendões, ligamentos e músculos, e o uso diário de calçados pode fazer com que essa musculatura fique atrofiada ou subutilizada, resultando em problemas como fascite plantar e metatarsalgia, caracterizada por dor na parte anterior do pé.
Atualmente, segundo ele, os especialistas têm dado uma atenção especial a essa musculatura, promovendo o reequilíbrio e recuperação com exercícios em colaboração com fisioterapeutas.
Assim, andar descalço, de forma consciente e adequada, pode ser parte de uma estratégia para manter a saúde dos pés.
Quem deve evitar andar descalço?
Alexandre ressalta que pacientes com neuropatias periféricas, que comprometem a sensibilidade protetora e a harmonia muscular dos pés, devem ter cuidado ao andar descalço.
“Eles têm maior probabilidade de desenvolver lesões superficiais e profundas nos pés. Por isso, é recomendado o uso constante de calçados protetores”, alerta o especialista.
Pessoas com deformidades graves também precisam tomar precauções, já que o risco de lesões é elevado.
Rogério complementa que pacientes com diabetes e neuropatia diabética instalada, que já apresentam perda da sensibilidade plantar, também devem evitar andar descalços.
“Para esses pacientes, é proibido andar descalço, pois a falta de sensibilidade impede a percepção de pequenas lesões, que podem evoluir para úlceras e infecções de difícil tratamento. Já vi casos graves em que a temperatura alta do solo causou queimaduras e bolhas que passaram despercebidas”, relata o médico.
Além disso, os idosos também devem considerar o uso de calçados. “Eles não têm muitos benefícios em andar descalços. Recomendamos sapatos confortáveis e com solado antiderrapante para evitar quedas e traumas”, ensina.
*Informações Metrópoles