Desemprego dos jovens obriga 43% dos idosos a sustentar seus lares

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de novembro de 2018 às 13:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:10
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Mais de 90% contribuem com o pagamento das despesas da família e 25% colaboram com outros membros

O sonho de se aposentar e poder
curtir a vida sem preocupações financeiras está ficando cada vez mais distante.

Quatro em cada dez brasileiros maiores
de 60 anos são responsáveis pelo sustento de seus lares,
segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Mesmo
nas casas em que não são os responsáveis pelo sustento, 91% contribuem com o
pagamento das despesas da família. Entre esses, 25% colaboram com a mesma
quantia que os demais membros da família. Somente 9% não ajudam com as despesas
da casa.

Esses
dados, segundo o SPC Brasil, refletem o aumento da expectativa de vida, que faz
com que o idoso demore mais para sair do mercado, e o desemprego elevado dos
integrantes mais jovens da família. “Há muitos casos em que a renda do
aposentado é a única maneira para sustentar o lar de uma família que perdeu
emprego, mas o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e suas atitudes
nesta fase da vida também são fatores importantes”, diz a economista-chefe do
SPC Brasil, Marcela Kawauti.

A população de 25 a 59 anos
representava 56,9% dos desocupados no terceiro trimestre do ano, segundo dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.
Os jovens de 18 a 24 anos eram 32,6% dos desempregados, enquanto os idosos
correspondiam a 2,8%.

As
maiores taxas de desemprego atingem a faixa etária de 14 a 17 anos (40%) e de
18 a 24 anos de idade (25,8%). A menor taxa é a dos maiores de 60 anos (4,5%).
Os grupos de 25 a 39 anos (11%) e 40 a 59 anos (6,9%) também têm uma taxa menor
que a média nacional, de 11,9%.

Empréstimos

De
acordo com a pesquisa, 51% dos idosos precisam pedir dinheiro emprestado,
utilizam o cartão de crédito ou o cheque especial para pagar as contas. Outros
25% fazem financiamento para ajudar nas despesas da casa. Na maior parte dos
casos, o empréstimo foi um pedido de filhos, cônjuges ou outros parentes. Segundo Marcela Kawauti, os idosos de hoje são
mais ativos, têm mais autonomia financeira e trabalham por mais tempo, “seja
por necessidade ou porque se sentem dispostos”.

Um
indicativo de que os idosos estão mais independentes é que 66% deles disseram
que não recebem ajuda financeira de parentes, amigos, pensão ou programa social.


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